quarta-feira, 22 de outubro de 2008

A suspensão dos PDM

A Quercus alerta para o fenómeno da suspensão dos PDM. Entende que a frequência com que os PDM são suspensos se traduz na ineficácia dos instrumentos de gestão territorial e, mais importante do que isso, do respectivo regime jurídico.
O parecer da Quercus assim colocado sofre do problema das generalizações ao meter no mesmo saco procedimentos que são justificados e outros que carecem de razão de ser ou têm como razão de ser intenções intoleráveis do ponto de vista de uma correcta política de gestão e ordenamento territorial.
Note-se que a suspensão de um PDM é sempre ditada por, no dizer da lei, verificação de "circunstâncias excepcionais resultantes da alteração significativa das perspectivas de desenvolvimento económico e social ou da realidade ambiental que determinou a sua elaboração, incompatíveis com a concretização das opções estabelecidas no plano".
Se essas circunstâncias se verificarem, então a suspensão é o acto devido porque recusá-la seria admitir a existência de PDM contrários à realidade ou à necessidade de desenvolvimento económico e social. Ora, um PDM é um instrumento de desenvolvimento económico e social.
O problema não está no número de suspensões, até porque muitas delas são ditadas pelo facto de os PDM estarem desajustados (foram feitos num período em que o nível da arte do planeamento era muito inferior ao que é hoje) ou desactualizados por nalguns casos terem chegado há muito ao termo legal da sua validade material (que não formal, porque continuam a vigorar). O maior problema está no que substitui a parte suspensa de um PDM.
Procurando explicar esta afirmação, em síntese como aqui se impõe.
A lei torna obrigatório que, uma vez suspenso o PDM - normalmente a suspensão é parcial - para a área suspensa devem ser decretadas medidas preventivas e iniciado um processo de revisão ou de alteração do PDM. O que sucede recorrentemente é que as medidas preventivas, em vez de serem restritivas de modo a permitir que um novo exercício planificatório de actualização sem excessivos comprometimentos do solo, são ao invés ampliativas permitindo mais do que restringindo, consentindo alterar as condições físicas e ambientais muito para além do que impõe a modificação das perspectivas de desenvolvimento que determinaram a suspensão.
Isto sim é preocupante e - é a minha percepção que admito seja pouco rigorosa por escassa informação - não tem sido devidamente sindicada pelo governo quando determina sponte sua a suspensão de um PDM ou quando ratifica uma decisão da autarquia nesse sentido.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Um ano!!!

Até custa a crer… mas o blog sobreviveu um ano.
A todos os que continuam a dar sentido à sua existência o meu muito obrigado!

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

O SALVADOR do Evento

Com a crise financeira, o BES retirou o patrocínio com que costumava brindar este evento, levando a empresa municipal Óbidos Patrimonium a refazê-lo apenas com os meios disponíveis.
O evento, que custou o ano passado mais de um milhão de euros, irá este ano ter um custo de 600 mil euros, “mas não contamos ter prejuízo”, afirmou Francisco Salvador, adiantando que a redução equivale ao patrocínio do BES.
“Vai ser um evento bonito e diferente em alguns aspectos”, explicou Francisco Salvador, referindo-se ao novo calendário e concepção do evento, muito virado para a interacção com o público.
Os bilhetes vão custar cinco euros e três euros para as crianças com menos de 12 anos. A organização refere que não foram feitas alterações no preço porque estão “conscientes que a crise está instalada”.
Também a previsão do número de pessoas pagantes foi reduzido substancialmente. “O orçamento é real, não está empolado”, garantiu Francisco Salvador, explicando que os custos ficam cobertos com 90 mil visitantes pagantes, mas só no ano passado foram vendidos cerca de 148 mil bilhetes. (Aqui para ler)
Anedótico, chega-se facilmente à conclusão que a CMO tem mais dinheiro que o BES!

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Bicentenário das Batalhas de Roliça e Vimeiro – Lamentável Omissão

Em gozo de férias, visitei, com geral agrado, a exposição que decorre na Galeria Nova Ogiva, em Óbidos, sobre os 200 anos das Batalhas da Roliça e do Vimeiro, no âmbito da evocação de episódios históricos das Invasões Francesas, em Portugal.
A iniciativa, a todos os títulos meritória, que a Câmara Municipal de Óbidos decidiu empreender, não pode, no entanto, passar sem a apresentação de uma sentida nota de pesar, pela lamentável omissão que nela se regista, o que, a meu ver, lhe limita o legitimamente intentado êxito mediático.
Trata-se de assinalar na referida exposição a omissão de um facto ocorrido em 1801, relacionado com a violação do território nacional, por parte do exército espanhol que, em completo conluio com a França napoleónica, invadiu e tomou várias praças da zona raiana alentejana, na chamada Guerra das Laranjas.
Tal designação caricatural provém, essencialmente, de duas circunstâncias: a fraca combatividade lusa nela demonstrada e o episódio do corte de ramos de laranjeira, em frente da vila de Elvas, por Manuel Godoy, o ironicamente cognominado Príncipe da Paz, Primeiro-Ministro de Espanha, favorito da corte e putativo amante da Rainha Maria Luísa, a quem mandou ofertar os ramos, em sinal da sua festejada pessoal vitória militar.
Como é sabido, nesta incursão das tropas espanholas, por território nacional, foram tomadas, entre outras, as praças de Campo Maior, Arronches, Ouguela, Monforte, Juromenha e Olivença, dada a reduzida resistência oferecida pelo exército português, que passava por período de enorme desorganização, de resto, em total consonância com a então deplorável situação geral do País.
Durou escassos três meses o estado de beligerância e em menos de três semanas ficaria concluída esta pérfida invasão espanhola, que reputados Historiadores portugueses consideram a verdadeira primeira das invasões francesas, visto ter ela sido perpetrada, ainda que por espanhóis, mas em resultado de uma efectiva concertação franco-espanhola, em curso desde o final da campanha do Rossilhão.
Aliás, permaneceria de prevenção, na fronteira da Beira-Baixa, um exército francês, sob o comando do General Leclerc, não fossem revelar-se insuficientes as forças de Manuel Godoy.
Se dúvidas ainda houvesse, quanto à perfídia espanhola, elas haveriam de ficar totalmente dissipadas, pelo posterior Tratado de Fontainebleau, de Outubro de 1807, prestes a consumar-se a investida de Junot, em que figuravam, como se sabe, várias divisões do exército espanhol, ávido do esbulho visado naquele funesto Tratado para a soberania portuguesa.
Na sequência da invasão espanhola de 1801, Portugal, enfraquecido no plano militar e mal dirigido politicamente, para alcançar a Paz, foi obrigado a assinar o Tratado de Badajoz, cujo conteúdo fundamental lhe impunha, além de uma pesada indemnização pecuniária, o reconhecimento da anexação espanhola de Olivença, única das praças tomadas que Espanha se recusou a devolver a Portugal.
Este Tratado, todavia, acabaria por ficar posteriormente nulo, por desrespeito da parte espanhola dos seus próprios termos e, finalmente, após a derrota definitiva de Napoleão, em Waterloo, pelo disposto no Tratado saído do Congresso de Viena de 1815, em que foram dadas por nulas e sem efeito todas as violações de soberania perpetradas durante a hegemonia europeia de Napoleão.
Por insistência da delegação portuguesa, nele veio mesmo a ficar consignado, em artigo próprio, a determinação da restituição a Portugal da vila e termo de Olivença, facto que a Espanha se tem recusado a cumprir até ao tempo presente, não obstante a incoerência em que incorre, quando reclama do Reino Unido a devolução de Gibraltar, perdido em 1704, na Guerra da Sucessão, havendo a Espanha reconhecido a soberania britânica do rochedo, pelo Tratado de Utreque de 1712.
Este Tratado nunca foi revogado e a Espanha não dispõe de nenhuma determinação ou recomendação de Direito Internacional posterior que anule o reconhecimento daquela repetidamente contestada soberania, apesar dos referendos já realizados no território, esmagadoramente favoráveis à sua continuação na soberania inglesa.
Tudo isto são factos averiguados, conhecidos e divulgados por Historiadores nacionais e estrangeiros competentes, probos e desprovidos de absurdos complexos objectivamente anti-portugueses.
Mencionar a Guerra das Laranjas de 1801, sem referir o facto mais saliente e duradouro que dela resultou, a perda de Olivença, parece estranho e revela uma de três situações: desconhecimento ou ignorância histórica, lapso inadmissível ou omissão deliberada do facto, por servilismo para com interesses espúrios, o que, a verificar-se, em qualquer dos casos, redunda em vergonhosa falta de patriotismo. Se alguém deve envergonhar-se de mencionar o nefando acto da usurpação da soberania de Olivença é quem o praticou; nunca quem o sofreu e dispõe da força da razão e do Direito Internacional inteiramente a seu favor.
Portugal, de resto, nos duzentos e sete anos já decorridos e apesar da sua timorata atitude, em relação à reivindicação da sua soberania sobre Olivença, nunca reconheceu o esbulho praticado sobre aquela parcela do território nacional, incorporada na Nação portuguesa desde os distantes tempos da fundação da nacionalidade e definitivamente reconhecida como tal, pelo Tratado de Alcanices, de 1297, celebrado entre D. Dinis de Portugal e D. Fernando IV de Castela.
Este caso constitui, assim, um impertinente espinho nas relações, hoje saudavelmente amistosas, entre os dois estados da Península Ibérica, ambos membros da mesma instância política internacional, a União Europeia, e ambos integrados também na mesma aliança militar internacional, a OTAN, Organização do Tratado do Atlântico Norte.
Sendo a exposição referida patrocinada pelo Município de Óbidos, que tem à sua frente um Historiador de conceituada formação académica e pessoa de méritos intelectuais e políticos amplamente confirmados, tal omissão dos factos históricos, aqui brevemente enunciados, surpreende e entristece qualquer português que conheça e estime a História do seu País.
Acresce que a infausta omissão acaba por diminuir o brilho da meritória iniciativa do Município, ao mesmo tempo que desabona o rigor do trabalho apresentado.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Vale a pena ler - O mundo da mentira

A grande lição que temos a tirar da crise financeira é a de que o mercado financeiro funcionou durante anos com base em mentiras. Apesar de todas as contabilidades, informação financeira quase diária, auditorias externas e organismos reguladores os investidores, principalmente os mais incautos viram-se enredados num esquema global que funcionou graças à mentira. A situação não é nova, já tinha sucedido com a Enron mas apesar de todas as afirmações feitas então tudo continuou na mesma. O fenómeno é global, também por cá muitos investidores do BCP foram enredados em esquemas duvidosos e foram levados a investir com base em informação errada, situação agravada pela opacidade da gestão do banco que encobria negócios menos transparentes, que puseram em causa o seu valor e credibilidade.
Será a mentira uma consequência perversa de uma gestão dita por objectivos que resulta em prémios de montantes absurdos para os gestores? A figura do patrão foi substituída pela atomização dos accionistas que apenas estão preocupados com a cotação das suas acções, pouco lhes importa a situação real das empresas, medem o seu sucesso pelas cotações das acções da bolsa. Pouco importa que os lucros sejam resultados de truques contabilísticos ou assentes em operações do tipo Dona Branca, se as cotações sobem todos os prémios ganhos pelos administradores são merecidos.
A mentira propagou-se pelos mercados, hoje ninguém é capaz de dizer qual o banco que está imune à crise, ninguém acredita nas suas contas nem é capaz de distinguir quais as aplicações que são seguras. Os mesmos administradores que ontem ganhavam milhões e que tinham meio mundo a defendê-los, dizendo que mereciam o que ganhavam e muito mais, não têm credibilidade, qualquer cidadão tem mais confiança no vendedor que anda na Rua Augusta a tentar vender louro como se fosse haxixe no que no presidente da Goldman Sach, ao menos todos sabemos que o primeiro é aldrabão.
Mas não é apenas o sector financeiro que se habituou a alimentar da mentira, esta também é a regra do sector público. Basta ler os relatórios de actividades de qualquer instituição pública para se perceber que se vive num mundo de fantasia, que me lembre nenhum director-geral reconhece erros ou insucessos. Desde o modesto chefe de divisão ao director-geral todos conseguem superar os objectivos, todos conseguem melhorar as instituições de ano para ano, todos vivem da mentira que alimenta o auto-elogio.
Vejam-se, por exemplo, os relatórios da DGCI, ao longo de anos foram só sucessos, nem o ano negro de 2003 escapou a um relatório que dá conta de uma gestão bem sucedida: «Num ambiente adverso, os dirigentes e funcionários da DGCI, em geral, desenvolveram discretamente e com notável espírito de serviço público, a respectiva actividade, como se pode constatar ao longo do relatório que se segue, tendo não só conseguido alcançar níveis de receita inesperados como repor a justiça tributária e converter em contribuintes cumpridores muitos cidadãos afastados, impunemente, das boas práticas ao longo de muitos anos.
Globalmente, a receita realizada pela DGCI ultrapassou as previsões revistas, embora afectada por elevados níveis de benefícios fiscais, designadamente isenções temporárias, transmissibilidade e reporte de prejuízos e amortizações extraordinárias em sede de IRC. »
É esta a realidade de todos os serviços públicos, a metas são as facilmente realizáveis senão mesmo já quase realizadas, os objectivos são seguros e os resultados são sempre brilhantes.
Quer no sector público, quer no sector privado os gestores aprenderam a dominar a arte da mentira, só que se no Estado ficamos com a sensação de nada perdermos, no caso do mercado financeiro pode suceder a desgraça a que estamos a assistir. Aos gestores pouco importa que se apanhe mais depressa um mentiroso do que um coxo, quando são apanhados já não perdem os avultados prémios nem ninguém lhes tira a pensão de director-geral.

Taxas de juro.

- "O Banco Central Europeu baixou ontem as taxas de juro de referência de 4,25% para 3,75%. Com esta decisão, a taxa de juro de referência para Portugal passa a ser de 3,75%, contra os 4,25% até agora vigentes (mais aqui)".
- O ministro de Estado e das Finanças, considera a descida das taxas de juro uma «boa notícia», capaz de ajudar os portugueses a reduzir os custos com os empréstimos (mais aqui)".
- "Chegou ao fim o ciclo de subida sustentada das taxas Euribor, referência para os créditos à habitação em Portugal. Esta é a convicção generalizada dos especialistas, mesmo que as Euribor não acompanhem, hoje, na totalidade o corte de 50 pontos base determinado ontem pelo Banco Central Europeu (BCE) para os 3,75% (mais aqui)".
- "As taxas de juro interbancária (Euribor) voltaram a subir esta quinta-feira, atingindo novos máximos, apesar dos maiores bancos centrais mundiais terem decidido, ontem, baixar as taxas de juro (mais aqui)".
Ao contrário do que muitos julgam, não é o BCE a fixar o valor da Euribor. Com ausência de dinheiro disponível para emprestar entre instituições financeiras, o resultado é o mesmo sempre que escasseia um produto, o valor sobe.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Pôr o dedo na ferida!

O blogueiro anónimo
“Esta gente rasteira que escreve sem se identificar só tem arte para discutir pessoas e não ideias e princípios”
Neste mundo global, ninguém questiona as virtualidades e as vantagens dos blogues, enquanto ferramenta multifuncional que promove uma nova forma de comunicação, uma forma de expressão completamente livre. De facto, quando o blogue é usado correctamente constitui um importante instrumento de debate público, de debate pertinente e sério, prestando um bom serviço ao exercício da Democracia.
Mas o blogue que permite que a grande maioria dos bloguistas se refugie no anonimato não é sério, nem presta um relevante serviço à sociedade. Bem sei que o anonimato foi uma conquista para fugir à opinião massiva, para poder discordar sem ser identificado, evitando ser colocado à margem do grupo. Mas também sei que esta característica específica dos blogues, assente no anonimato, tem servido para proteger gente cobarde e mesquinha, que se refugia nesta forma de comunicar para vinganças pessoais, para ofender a honra e o bom-nome das pessoas que dão a cara e que não têm medo de pôr a assinatura em tudo o que fazem. Esta gente rasteira que se esconde por detrás do biombo do anonimato só tem arte e engenho pa-ra discutir pessoas e não ideias e princípios. A espiral de silêncio de que nos fala a socióloga Noelle Neumann é a fronteira que distingue a qualidade e a honestidade intelectual entre os blogues.
O blogueiro anónimo é, infelizmente, também juiz. Também este, que é o rosto visível da Justiça, de uma Justiça que se quer de cara destapada e transparente, se refugia nesta forma desprezível de comunicar, torpedeando o que lê, caluniando, sem qualquer respeito e tolerância. Talvez o Conselho Superior da Magistratura devesse estar atento a alguns blogues que acompanham as questões da Justiça e que em nada dignificam o Poder Judicial.
As ofensas anónimas estão nos antípodas da crítica construtiva, proporcional e adequada. É bom que o juiz anónimo saiba que o blogue não foge às regras do ordenamento jurídico português nem aos limites do exercício de liberdade, de manifestação e de pensamento. E é bom também que saiba que o titular do blogue é responsável, civil e criminalmente, pelos comentários injuriosos. Para cada direito criado há limites.
Quem se esconde na caverna do silêncio e da penumbra, para ter o momento de glória quando escreve sem se identificar, demonstra fraca personalidade e não tem o mínimo de respeito e de amor pelos direitos de personalidade.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Sabia que…

O "Complexo dos Arcos" está a funcionar na perfeição… Após as primeiras três semanas de aulas, ainda não há acesso à Internet!

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Afinal, em que é que ficamos?

Em resposta à falta de actuação da Autoridade da Concorrência, o Automóvel Clube de Portugal (ACP) divulgou hoje um estudo onde se apontam diversas medidas para fomentar a concorrência no mercado dos combustíveis.
O referido estudo sugere “a separação das actividades da produção e importação, da armazenagem, do transporte e da distribuição, para aumentar a concorrência.” A Associação das Empresas Petrolíferas (APETRO) já veio criticar as medidas propostas pelo ACP, sublinhando não fazem sentido uma vez que não existe concertação, tal como o demonstrou a Autoridade da Concorrência.
Independentemente do estudo do ACP merecer ou não grande credibilidade, tal vem revelar o total descrédito em que caiu a Autoridade da Concorrência. Num assunto que tanto afecta os bolsos dos portugueses, a Autoridade não conseguiu encontrar quaisquer respostas. E, sobretudo, não convenceu. Se calhar era tempo do poder político começar a reflectir seriamente sobre o que fazer com uma Autoridade cada vez mais fragilizada e quase sem legitimidade aos olhos da opinião pública.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

“Bandocracia”

«…A falta de autenticidade do poder, isto é, a distância que vai entre aquilo que se proclama e aquilo que se pratica, atingiu assim o nível da tragicomédia, confirmando a hipocrisia de um sistema pantanoso que ocupou o regime democrático. A nenhuma vergonha poderia continuar a desfilar face a manifestos casos de persiganga que, por enquanto, sou obrigado a ocultar, onde tão culpados são os protagonistas da vindicta, detentores do poder, como os acompanhantes da procissão que os não denunciam, para poderem obter um qualquer naco que escorra da mesma mesa do orçamento.»
José Adelino Maltez, Sobre o Tempo Que Passa, “Entre a fome das assoalhadas e a manutenção da canalhocracia“.