Imaginem que decidiam fazer isso independentemente dos resultados. Se os resultados fossem bons, as reduções contribuíam para a produtividade. Se fossem maus ajudavam em muito na recuperação. Imaginem que os gestores públicos optavam por carros dez por cento mais baratos e que reduziam as suas dotações de combustível em dez por cento. Imaginem que as suas despesas de representação diminuíam dez por cento também. Que retiravam dez por cento ao que debitam regularmente nos cartões de crédito das empresas. Imaginem ainda que os carros pagos pelo Estado para funções do Estado tinham ESTADO escrito na porta. Imaginem que só eram usados em funções do Estado. Imaginem que dispensavam dez por cento dos assessores e consultores e passavam a utilizar a prata da casa para o serviço público. Imaginem que gastavam dez por cento menos em pacotes de rescisão para quem trabalha e não se quer reformar. Imaginem que os gestores públicos do passado, que são os pensionistas milionários do presente, se inspiravam nisto e aceitavam uma redução de dez por cento nas suas pensões. Em todas as suas pensões. Eles acumulam várias. Não era nada de muito dramático. Ainda fica-vam, todos, muito acima dos cinco mil euros por mês. Imaginem que o faziam, por ética ou por vergonha. Imaginem que o faziam por consciência. Imaginem o efeito que isto teria no défice das contas públicas. Imaginem os postos de trabalho que se mantinham e os que se criavam. Imaginem os lugares a aumentar nas faculdades, nas escolas, nas creches e nos lares. Imaginem este dinheiro a ser usado em tribunais para reduzir dez por cento o tempo de espera por uma sentença. Ou no posto de saúde para esperarmos menos dez por cento do tempo por uma consulta ou por uma operação às cataratas. Imaginem remédios dez por cento mais baratos. Imaginem dentistas incluídos no serviço nacional de saúde. Imaginem a segurança que os municípios podiam comprar com esses dinheiros. Imaginem uma Polícia dez por cento mais bem paga, dez por cento mais bem equipada e mais motivada. Imaginem as pensões que se podiam actualizar. Imaginem todo esse dinheiro bem gerido. Imaginem IRC, IRS e IVA a descerem dez por cento também e a economia a soltar-se à velocidade de mais dez por cento em fábricas, lojas, ateliers, teatros, cinemas, estúdios, cafés, restaurantes e jardins. Imaginem que o inédito acto de gestão de Fernando Pinto, da TAP, de baixar dez por cento as remunerações do seu Conselho de Administração nesta altura de crise na TAP, no país e no Mundo é seguido pelas outras empresas públicas em Portugal. Imaginem que a histórica decisão de Fernando Pinto de reduzir em dez por cento os prémios de gestão, independentemente dos resultados serem bons ou maus, é seguida pelas outras empresas públicas. Imaginem que é seguida por aquelas que distribuem prémios quando dão prejuízo. Imaginem que país podíamos ser se o fizéssemos. Imaginem que país seremos se não o fizermos.
Contributo de um leitor
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6 comentários:
Era sim sim senhor...era deveras interessante, mas impossível, pois esses na generalidade apenas pensam neles mesmos...!!!
E já agora...e uma vez que nessas mesmas Empresas as Administrações são sempre tão pródigas na distribuição de prémios sobre os lucros...aos responsáveis...
Porque não, quando não conseguem atingir o que se propunham e para o qual ganham bons ordenados...sofrerem uma deminuição desse mesmo ordenado...?
Maximino
Imaginem… este País sem este tipo de gestores e políticos que os nomeiam. Este país fede por todos os lados e há uma geração de politicozinhos com politiquices da treta que são uma espécie de lastro a puxar a coisa pelo cano abaixo. Os contribuintes em geral, quem paga para alimentar as preocupações clientelares desta gente, continuam a encolher os ombros e a dizer que “eles têm de arranjar uma solução para o país”.
Imaginem um País… sem a apatia e a desresponsabilização de quem paga por esta bandalheira são os verdadeiros culpados de termos deixado esta gente conduzir os assuntos do governo ao estado a que isto chegou.
Sim, senhor maximino, pode falar com o seu amigo telmo e começarem pelas empresas de óbidos. Ou essas não contam? Tenham vergonha e pelo menos façam as contas. podemos todos concordar isto ou aquilo em relação a este ou aquele gestor, as generalizações são más conselheiras, mas mesmo que se fizessem estas reduções, 10, 20, 50% isso dava o quê? dava para pagar isso tudo? Tenham juizo. Com a reforma do Estado foram estintas mais de 500 chefias de topo. E alguém sentiu essa poupança? E já agora que falam tanto nos carros dos gestores e dos políticos. E os militares? Anda tudo de rabo a abanar nas viaturas do Estado só porque tem umas coisas nos ombros. Desses ninguém fala. cambada de inuteis e tudo com carro e motorista. e como são machistas querem meninas cabo a conduzilos.
O problema deste pais não éstá nos politicos eleitos, está em quem os eleje.
9 Fevereiro 2010 - 00h30
Parlamento
51 ex-deputados pedem subsídio
Ex-parlamentares solicitam atribuição do subsídio de reintegração para regressarem à vida civil. Despesa com pedidos vai rondar os 729 mil euros.
Leia mais pormenores sobre o pedido de ex-deputados na edição em papel do 'Correio da Manhã'.
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Alguns nunca trabalharam na vida...vão ser reintegrados em quê...???
Maximino
Portugal não é, nem pode continuar a ser, esta farsa de medíocres que diariamente se ocupam a tentar "fazer politica", este lixo político com que somos bombardeados, estes gajos, que não têm onde cair mortos, e passam, horas e horas, a tentar contornar os problemas, e a evitar que se obtenham respostas para as perguntas que cada vez mais se nos avolumam.
Começa-se a perceber claramente, que estes senhores que estão ligados a partidos, nestes casos, quase todos do Bloco Central de interesses, ou porque foram governantes, ou porque estão em posições privilegiadas do aparelhos do estado, desta partidocracia, se serviram dos partidos para os quais entraram, com o objectivo único e exclusivo de enriquecerem à custa do erário publico, e dos cidadãos.
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