quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Santa inocência

Dos píncaros da nossa inocência julgávamos que talvez houvesse alguma coisa em comum entre políticos, padres, professores e quejandos peregrinos da moral e dos bons costumes. Julgávamos que os políticos também pudessem ser referências de valores positivos, a serem partilhados pelos cidadãos, tais como a honestidade, a verdade, a lealdade, a devoção a causas comuns, o civismo, a legalidade, etc, etc. Pois bem, o actual momento político fornece provas abundantes de que estávamos redondamente enganado. Os políticos da nossa praça, inebriados pela corrida do poder, pelo entusiasmo do debate ou por coisas menos nobres como a inveja, o ódio e a vingança mostram aos atónitos cidadãos que vale tudo para chegar onde se pretende, para denegrir os adversários: a mentira, a rasteira, a cotovelada, a calúnia, o golpe baixo. E assim fazendo não transmitem ao povo eleitor, ao comum dos mortais, princípios honráveis. Pelo contrário, instigam à adopção de comportamentos e tácticas igualmente insidiosas para se obter o que se pretende na fábrica, no escritório, na escola, na vida... Poluem eticamente a sociedade que pretendem governar sempre, naturalmente, em nome do bem comum. As suas particulares responsabilidades cívicas imporiam outra postura. Pela sua visibilidade e protagonismo na vida pública, os políticos deveriam obedecer a uma espécie de Carta de Bom Comportamento cuja atribuição passaria por um teste de conformidade e cujo desrespeito justificaria punição exemplar. No actual contexto, haveria bem poucos que permanecessem em actividade. Basta-nos mais uma vez a consolação de que não somos originais.
Recebido por e-mail

3 comentários:

Anónimo disse...

A CALUNIA E A MENTIRA NÂO DÁ VOTOS A NINGUEM ,"OS CÃES LADRAM MAS A CARAVANA PASSA "

http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1402258&idCanal=12

EU VOTO PS !

Anónimo disse...

Como tudo aponta os Socretinos irão ganhar as eleições, irá mudar-se para a Madeira, esse exemplo de democracia, onde o seu amigo Jardim arranjará certamente um lugarzinho para ela e para a sua equipa.
Alguém explica a esse bacalhau seco que o que os portugueses querem ouvir são ideias para melhorar a vida dos cidadãos e não as parvoíces que anda a dizer por aí.

Anónimo disse...

A actual campanha eleitoral não tem tido grande interesse. O povo anda sonolento e os berros de alguns dos protagonistas desta campanha não têm arrancado à maioria dos portugueses mais do que um bocejo.
Não se discute uma ideia nova, não se vislumbra um sinal de esperança, e a cartola está vazia (o coelho fugiu!). Por que será que estamos predestinados a este cinzentismo político? Mas será que um país com cerca de 10 milhões de habitantes não consegue encontrar melhores protagonistas políticos?