Venda de créditos de carbono

A Câmara de Óbidos deverá começar a transaccionar, dentro de semanas, o primeiro lote de créditos de carbono que irá colocar no mercado.

O montante que já reduziu será agora vendido a empresas e instituições poluidoras, para que possam “apresentar como um certificado para minorar o seu comportamento ambiental”, explicou o vereador do ambiente. O autarca adianta que existem muitas empresas interessadas, inclusive o Fundo Português de Carbono.

O valor do carbono depende da origem e da fiabilidade dos projectos. “Aquilo que nos dizem é que os créditos gerados a partir de Óbidos têm uma cotação acima do valor da bolsa de mercado”, que actualmente é de 4,53 euros a tonelada. Humberto Marques diz que “é expectável que os nossos créditos possam atingir os 10 euros por tonelada”.

Aguarda apenas que a EDP confirme à empresa auditora dos dados o seu consumo energético.

Humberto Marques salientou ainda que a estratégia de iluminação pública que estão a seguir, assente em LEDS, já lhes permitiu uma poupança de 100 mil euros. “Em 2009 o município reduziu 33% da sua factura energética com um custo de zero euros de investimento”, sintetizou.

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O que são créditos de carbono?

São certificados que permitem às indústrias e países reduzirem as suas emissões de gases com efeito de estufa através de um sistema de compensação. No mercado regulado, ao abrigo do Protocolo de Quioto, os governos determinam qual o limite de emissões em que podem incorrer e transmitem essa informação às indústrias do país, estabelecendo uma quota de emissões para cada uma. As empresas que adoptem medidas de eficiência energética ou outras que lhes permitem cumprir as metas estabelecidas podem, caso tenham emissões de gases com efeito de estufa inferiores à sua quota, vender créditos de carbono às empresas mais poluidoras. As empresas mais poluidoras ou investem em tecnologias menos poluidoras ou são obrigadas a adquirir créditos de carbono para cumprir as suas quotas. Assim, quanto menos créditos houver em circulação mais as empresas poluidoras são obrigadas ou incentivadas a apostar em tecnologias de redução de emissões.

O mercado de carbono iniciou o ano de 2010 em subida moderada, tendo as licenças de emissão (EUA) fechado o mês de Janeiro com ganhos próximos dos 3 por cento. Ao longo do primeiro mês do ano verificou-se ainda uma menor volatilidade dos preços e uma liquidez diária abaixo da média, em resultado da baixa participação do sector industrial que nesta altura aguarda já pela alocação, a 28 de Fevereiro, das licenças de 2010.

De acordo com Francisco Rosado, da Ecoprogresso, «o mercado tem sido sustentado pela subida do preço do gás natural face ao carvão, que, para já, justificou alguma presão compradora em Janeiro».

O especialista prevê que durante este mês as licenças de emissão continuem a ser transaccionadas entre os 12,50 e os 13 euros, mantendo-se a «actual baixa liquidez». No entanto, e face aos actuais dados macroeconómicos, acredita que no mês de Março e após a entrega das licenças, «o sector industrial reapareça no mercado do lado vendedor e pressione o mercado novamente no sentido negativo».

Aqui a cotação da tonelada CO2.