«Só são precisas empresas municipais para fugir ao cumprimento da lei, para dar emprego aos boys partidários ou porque a câmara é incompetente para gerir os assuntos municipais», disse à Lusa o autarca (PSD), cuja câmara não tem qualquer empresa.
Há 25 anos a liderar o concelho com 50 mil habitantes e um orçamento de 50 milhões de euros, o autarca é contra a criação de empresas municipais por entender que «só são boas para depauperar o erário municipal».
«Nas Caldas a câmara é competente e nunca precisámos de uma empresa municipal (...) não precisamos de fugir à lei e não temos a preocupação de criar empregos a gestores que por muito que façam nunca justificam o ordenado que recebem», explicou.
A posição do presidente surge após o Governo ter anunciado a criação de uma comissão que ficará encarregue de estudar, até ao final do ano, a reforma do sector empresarial das autarquias, num trabalho que será coordenado com a Associação Nacional de Municípios.
«O grande problema das empresas municipais começa pelos vencimentos, bónus e autonomia dos conselhos de administração, que podem gastar quanto lhes apetece porque no final as câmaras é que pagam», sustentou.
«Acho muito bem que acabem porque se as câmaras não são capazes de gerir os seus interesses sem empresas municipais então os presidentes de câmara que vão à vida», acrescentou o autarca, sublinhando que «se a câmara das Caldas tivesse empresas municipais já estava falida».
Fernando Costa assegurou que Caldas da Rainha não faz ainda parte do lote de uma em cada dez câmaras do país que, segundo o secretário de Estado da Administração Local, José Junqueiro, estão «financeiramente insolventes», admitindo contudo nunca ter sentido «tantas dificuldades financeiras como agora».
«Cortámos no correio, na água, nas máquinas fotocopiadoras, na energia eléctrica e em todo o serviço que é consumo há um forte cuidado para que se gaste o mínimo possível», disse.
«As câmaras endividaram-se de mais, e os presidentes que endividaram as câmaras a torto e direito, alguns para fazer fogo-de-vista. Deviam ser responsabilizados pelo Estado a que deixaram chegar as finanças das autarquias», referiu.
7 comentários:
Não sou do PSD de Fernando Costa. Mastenho que lhe reconhecer toda a razão nas críticas que faz às empresas municipais.
Óbidos é um exemplo onde a câmara tem dado mais de um milhão de euros por ano para as mordomias das empresas municipais.
Alguém pode explicar o que têm andado a fazer os administradores das empresas municipais de Óbidos, para além de receberem os seus bons ordenados, terem telemóveis e automóveis para uso ilimitado?
Novidade: um dos administradores usa o carro oficial para ir visitar uma senhora com grande currículum ... ali para os lados das Gaeiras ...
O critério para a nomeação dos administradores é muito baixo… nenhum que por lá passou tinha perfil.
Já nem vale a pena gritar que é UMA VERGONHA....
Toda a gente sabe para que servem as empresas municipais, para dar excelentes cargos na administração aos boys que assim ascendem ao topo de carreira depois do estágio em lugares com "parcos" rendimentos que auferem enquanto assessores de gabinetes por onde andaram e também é importante para o curriculum. Toda a gente sabe que as empresas municipais dão prejuízo e que têm sido mal geridas se é que o termo gestão se pode aplicar à acção dos seus responsáveis (recuso-me a usar o termo administradores para não ofender os que o são).
O mínimo que se pode exigir a empresas que dão prejuízo e mantidas com os dinheiros de uma autarquia que se começa a endividar é o seu FIM.
Não tenham pena dos coitadinhos dos boys, todos nós sabemos que já se orientaram… e bem e quando forem substituídos outras portas se abrirão.
Sempre fui adepto dos "Serviços Municipalizados"! Se a máquina administrativa das autarquias é pesada compete às mesmas reivindicar junto do poder central as reformas necessárias, adequadas aos dias de hoje. O "municipalismo" é passado e teve a sua história na defesa das populações. Não se queira contornar a lei, como vai acontecendo um pouco por todo o país.
Gostei de ouvir na RLO na 2ª-feira à noite algumas broncas das empresas municipais de Óbidos.
O representante do PSD nem contestou por ter dito que não conhecia esses factos. Falava-se em despesas desnecessárias.
O Governo vai obrigar a acabar com metade das empresas municipais.
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