Por vezes temos a verdade junto aos olhos e não a enxergamos. É preciso ter a colecção completa de dioptrias para que se distinga nitidamente algo que esteja tão próximo do cristalino. Não sei se é exactamente esta a razão, mas não deve andar longe, daquele refrão que nos diz sobre a facilidade com que vemos a palha no olho alheio e não damos pelo argueiro espetado no nosso.
Veio este arrazoado à minha mente depois de meditar com muita força, tanta que inclusive podia ficar com uma hérnia num CD, na tal posição do pensador que Rodin imortalizou, sobre os meus mais recentes escritos, nos quais teci comentários um pouco descrentes acerca da atitude da oposição neste concelho, especialmente no que se refere ao PS.
Julgo que a justificação era tão óbvia que inclusive era excessivamente transparente para ser tomada em linha de conta. Os cidadãos não comprometidos, sem aquelas ambições que se possam atingir através dos apoios políticos, parece-me que criam demasiadas expectativas acerca do altruísmo e desapego pelos bens materiais que devia ser o apanágio dos políticos, para merecerem ser escolhidos para nos representar, em qualquer patamar do amplo leque que o espectro nacional proporciona. E a verdade é muito mais crua e fora desta ilusão utópica. Ou seja, que entre o dito e o feito vai um longo trecho.
Se efectivamente não errei na minha análise, que se resume com aquelas poucas palavras que ouvimos repetidamente, vindas de muitas bocas: São todos iguais.
E regressando ao concelho, seria levado a considerar que este aparente alheamento das personagens corresponde, sem tirar nem por, à paciente espera até a tal queda por podridão. Por outro lado é possível que não os entusiasme a ideia de habitual a cidadania a exigir justiça e rectidão, uma vez que o real propósito destes elementos não será outro do que vir a ocupar os lugares que ficarem vagos, com as mesmas benesses, ou mais até se for possível.
Efectivamente é muito feio, nojento mesmo, pensar assim. Mas os exemplos que temos visto durante estes anos de democracia não nos orientam para outro pensamento.
Passem bem. Se forem capazes.
Virella
7 comentários:
Aquilo que denominamos como alternância democrática, é uma mera erupção dum único fenómeno: a contrafacção. Contrafacção tão perfeita só que não passa de uma reles imitação do que se já se usou…
Não obstante, dá-me imenso gozo ver resmas de fedelhos coma a popa politica cheia de gel, cuja única finalidade na existência é fazer conhecimentos, arranjar contactos e cunhar amiguices, a clamarem, em tom solene e lacrimijante, pelo império do mérito e da probidade. Quando eles saírem de lá irá chegar a nossa hora. Todos se comportam com autênticas p*t*s de vão-de-escada a bradarem pela moral e bons costumes!
O PS irá ter uma longa travessia no deserto… vejam quanto tempo demorou o PSD para chegar á liderança da CMO.
Com tanto tempo na oposição tem experiência e sabe regenerar-se e acima de tudo sabe que nas eleições autárquicas as câmaras não se ganham podem-se sim é perder…
Em Óbidos a oposição (PS) não gosta do o ser, principalmente quando se trata de um partido que esteve décadas a comandar os destinos do concelho. Logo após ter perdido Pereira Júnior não consegui arranjar um substituto com perfil. Entrou em convulsões internas e foi a queda a pique. Apresentou-se ultimamente com uma equipa liderada pelo independente José Machado – como é boa pessoa e tem bons princípios – dificilmente consegue combater de igual para igual no campo político cheio de artimanhas. Depois dá a sensação que não tem uma estrutura na sua retaguarda, viu-se nas últimas eleições que o “seu staff” nem apresentou um programa eleitoral. Parece o eng. Socrates a “puxar sozinho” só que é muito mais difícil porque está na oposição e talvez a prazo. Quando o “fenómeno” Telmo Faria cair de maduro irão surgir militantes socialistas a encabeçarem a lista…
O PS de Óbidos tem uma boa equipa, boas ideias e gente séria. O problema é que fazem pouca propaganda.
Este último comentário recorda-me a famosa "lei mental" de Dom Duarte.
Virella
ao primeiro comentario junto o ultimo e faço um espremido de
psd/ps, que resulta vistoso mas sem sabor.
Se quisermos um Concelho de Òbidos gerido pela vontade e para as suas gentes terá de ser, não uma candidatura independente, que não sei o que é, mas uma equipe de gente que não tenha o rabo entalado nos partidos, De gente da nossa terra para a nossa terra, com a responsabilidade de responder aos entalamentos que estes nos vão deichar e não serão de pouca monta e com o garantia de fazer aquilo que as gentes da terra anciarem, ou pelo menos tentar.
porque de iluminados que sabem e pensam o que as gentes do concelho precisam e querem, já chega o bom exemplo dos anos do Telmo e seus peixinhos amestrados.
O reinado do Telmo está a chegar ao fim. O fim vá ser muito pior do que o princípio.
O mesmo sucedeu com o Pereira Júnior. O Pereira Júnior demorou 20anos a ir-se a baixo. O Telmo é mais rápido: metade desse tempo.
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