sexta-feira, 9 de julho de 2010

É MESMO UM LOCAL TURÍSTICO?

Por vezes questiono-me de se estamos vendo as coisas desapaixonadamente, ou se, inconscientemente, fazemos como aquelas mães de crianças verdadeiramente horrorosas, que nem sequer se podem considerar como saldos de fim de estação, e para elas são as mais lindas da urbe e arredores. Não há nada que se compare ao amor de mãe!

O viver dentro da vila e tentar valorizar o que se tem feito ao longo de décadas, sempre influenciados pelas directrizes e desejos da capital, quando não pelas vistas curtas ou fantasiosas dos responsáveis locais, causa momentos de descrédito, de triste melancolia por sentir que o cidadão anónimo não tem graus de liberdade suficientes, já não digo para alterar a situação, mas de nem sequer ter a possibilidade de apresentar e argumentar um ideário. Como é de prever, isto passa. Basta a sábia decisão: que se lixem! E regressamos à tranquilidade de espírito. Bem bom!

Ontem, porém, surgiu uma situação em que, mais uma vez, evidenciou uma das carências com que Óbidos se depara para poder ser considerada um pólo de atracção turística. E nem sequer é algo que se desconheça, pois que na verdade estamos mais que sabedores.

Um casal jovem nos abordou pedindo que os orientássemos para um local idóneo onde poderem tocar ao vivo, um café, um restaurante, uma discoteca, qualquer local onde houvesse uma quantidade de gente bem disposta. Ficamos sem saber o que responder. Cada um de nós foi dando palpites que tivemos que abandonar por não se enquadrarem no que aqueles jovens desejavam encontrar. Fui passar a pergunta a gente que sendo de aqui, pertencem a uma geração mais perto da dos músicos Tampouco ajudaram, pois ficaram tão mudos e desorientados como nós. Entretanto aquele casal mostrava a sua incredulidade, pois tinham-se deslocado até Óbidos induzidos pelo que leram nos guias turísticos, julgavam que estavam na gema do ovo.

Nem sequer nos passou pela ideia os enviar para o baile das solteironas, viúvas e divorciadas.

Que Óbidos é uma terra morta, ou moribunda, que a animação esporádica é artificial, que os visitantes que se decidem, incautamente, a fazer algumas dormidas nesta terra ficam mais perdidos do que um esquimó no deserto de Sara, já o sabemos desde sempre, e pior nos meses fora do pico Julho/Agosto. Assim como sabemos que nada se tem progredido neste aspecto.

Passem bem.

Virella

5 comentários:

Anónimo disse...

Um desenfreado turismo sem rei nem roque atraído por bugigangas, a própria a A8 proporcionou esta invasão de “turistas” (estes excursionistas do séc. XXI), com locomoção própria fazem lembrar as excursões do século passado quando as pessoas do interior do Portugal iam ver o mar pela primeira vez. Descaracterizou-se a envolvente de Óbidos para estacionar tantos automóveis – em dias de invasões arrebentam pelas costuras, nos restantes dias põem a nu o Aqueduto fragilizado num terreno empoeirado ou lamacento – em horas mortas Óbidos aparece no meio do nada.
Esta politica na lógica sistemática de organização de grandes eventos, que leva a Óbidos massas humanas que se aproximam dos limites que a complexa estrutura arquitectónica medieval pode fisicamente comportar, tem consequências no edificado e nos residentes.
Quase todos os edifícios foram desventrados para estabelecimentos comerciais, as antigas portas de madeira com batentes são substituídas por vidros, as pedras das ruas começam a ficar gastas e são ocupadas por esplanadas.
A Cerca transformou-se no bairro da lata, ou melhor nas barraquinhas de madeira – a grande fonte de receita (na contabilidade da EM).
Os poucos moradores permanentes (quase todos idosos e sem grandes possibilidades de saírem) têm grande dificuldade em viver o seu dia a dia, alternam a sua vivência entre o rebuliço dos eventos e a solidão do nada que tudo isto acrescentou nas suas vidas.

Anónimo disse...

ESTRAGARAM A VILA ,COM CERTOS EVENTOS ,QUE DE NADA CERVEM ,SE NÃO PARA ENCHER AS BILHETEIRAS ,E NADA RESOLVEM PARA TIRAR AS EMPRESAS DA QUASE FALENCIA TECNICA !
A VILA A PARTIR DAS 21 ESTÁ TUDO FECHADO ,SE UM TURISTA QUE POR ACASO VAI PASSAR A NOITE NUM HOTEL QUALQUER TEM QUE IR DORMIR ,PORQUE NÃO TEM NADA DE NADA PARA SE DIVERTIR NA SUA ESTADIA EM OBIDOS ,MAS QUE RICAS FERIAS NÃO HAJA DUVIDAS ......POE ESSA E MAIS RAZÔES E QUE O RAMO DA HOTELARIA E QUARTOS JÁ NÃO É O QUE ERA EM OBIDOS ......É O QUE SE DIZ LÁ POR A VILA .....
NÃO HÁ VIDA NOTURNA PARA OS TURISTAS EM OBIDOS ,ENTÃO MAIS VALE ELES FICAREM EM CASA ,SEGUNDO DIZ O NOSSO PRESIDENTE DA REPUBLICA .....COMO A CRISE É GERAL FAÇA FERIAS ( CÁ ....LÁ ) DENTRO .....

BAIRRO DOS ARCOS -OBIDOS

Anónimo disse...

O Telmo vai sair da Câmara antes do fim do mandato. Hoje já é o Humberto que manda mais na câmara. O descalabro está a aumentar.

Anónimo disse...

O Telmo vê as dívidas a subir e então quer sair da câmara no próximo ano.

Anónimo disse...

o busilis não está se é o Humberto ou o Telmo o zé ou o xico, o busilis está na forma, nunca se ouviu as populações, se lhes perguntou o que precisam e como gostariam de ver feito e onde se deve gastar o seu dinheiro.
Basta os que foram eleitos pensarem ou anciarem para se tornar
realidae.
Estes senhores estão a anos luz das gentes do concelho de Òbidos.
È bom, é mao...
Que os resultados e as contas nunca mostradas falem por si.