segunda-feira, 5 de julho de 2010

RESPOSTA A UM ANÓNIMO COM IDEIAS

Neste domingo, às 18h40’ apareceu um comentário neste espaço que, sem ser totalmente original, apresentava localmente aquilo que poderia ser uma semente disposta a germinar. O maior obstáculo que a ideia que lançou este anónimo está, sem qualquer dúvida, em conseguir um reduzido grupo inicial, onde figurassem alguns cidadãos idóneos, possíveis lutadores convictos, dispostos a vencer o compreensível medo de represálias, resguardados pela força do grupo, e aptos para sacrificarem horas do seu descanso, bastantes e continuadas, para organizar e multiplicar o aglomerado de gentes dispostas a tentar uma mudança pela via democrática. No início seriam menos de meia dúzia, mas se fossem convictos não descansariam até serem muitos.

Logo pelas suas linhas, pré estatutárias, eu fico de fora, não só pela idade mas, principalmente porque, como estou farto de repetir, não sou de cá. Por isso mesmo se entende que não estou a tentar manipular ninguém para meu benefício.

Seria uma tarefa de homens (e mulheres), mas não ao jeito da Maria da Fonte, pois não se concebe um assalto com podões e gadanhas, forquilhas e foices. Entre os “conspiradores”, - e escrevo isto entre comas precisamente porque uma iniciativa destas, para ser bem acolhida pela população séria e bem formada, não deve cheirar a conspiração – é natural que surgissem alguns com capacidade de liderança e de organização, que se encarregassem das tarefas indispensáveis que seguem às conversas nos cafés e associações.

Neste momento isto parece uma utopia absoluta, sem pernas para andar, mas a derrota social dos partidos políticos tradicionais, com os seus aparelhos, boys e compromissos de toda ordem, é evidente em todo o mundo ocidental. Entre nós bastaram pouco mais de trinta anos de democracia após ditadura, para que se atingisse o estado de putrefacção que afasta a cidadania. Sem esquecer que é este seu alheamento continua a oferecer-lhes, em bandeja, o terreno livre para se locupletarem sem rebuço. Depois de se sentarem já se sabe que não serve de nada lamentar-se e criticar.

Pessoalmente duvido que a população deste concelho possa mostrar ao país que tem mais ousadia do que aquela que vos atribuem (que não deve ser muita, ou nenhuma mesmo). Muito satisfeito ficaria se visse arrancar com esta iniciativa, que não é minha, mas do anónimo.

Virella

1 comentário:

Anónimo disse...

Eu cá tenho medo de represálias.
Eles são muito vingativos. É cedo ainda para darmos a cara. No próximo ano a câmara vai mesmo ficar de tanga. Não nos precipitemos!