Quando o Chique CHOCA

Se não imperasse em revistas cor-de-rosa uma certa badalhoquice mental parola e macacóide mascarada de culturalmente catita, tipo chique e choque, esta era uma coisa óbvia que não seria preciso manifestar. Mas como impera, é imprescindível não calar! É fundamental não temer a peixeirice albardada de último grito! É imperativo afrontar o culturalmente vendável, ainda mais quando no-la tentam inculcar com sabores delicodoce. Ainda mais quando é culturalmente tipificado e quantificado e depois vêm com falinhas melífluas e lengalengas deliciosamente anestésicas. Estilhaçam-nos o espírito (ou o que resta dele), trituram-nos a vontade e empanturram-nos com isto… e tudo isto porque é chique. E fazem-no sempre que lhes apetece, à hora do telejornal, em maratonas televisivas ininterruptas de opinorreia pelos pasquins, na publicidade de empreitada, em compêndios cor-de-rosa-científicos e reportagens em directo atulhadas de números acrobáticos. O fundamentalismo cultural… não mata instantaneamente: vai envenenando, intoxicando, desmoralizando. Vai transformando, ao ralenti, em lume brando e banho-maria, a própria condição humana numa sórdida anedota, num freak-show. É o regresso, em grande força, da mulher barbuda e do homem engolidor de todo o tipo de coisa… desde que sejam doces e chiques...E, desenganem-se, nem é uma questão de estar na moda. É uma questão de bom senso. E de higiene mental também...

Mesmo aproveitando-se de Óbidos, para pavonearem as suas vaidades, relançarem carreiras e produtos, excluo naturalmente o Sr. Presidente de tudo isto.. (só porque não foi capa de revista).

Ciente que por aqui passam os melhores leitores, que inclusivamente me surpreenderam pela positiva ao substituírem algumas expressões por (…), proporcionaram-me algum tempito para poder gatafunhar…

Naturalmente se alguém discordar desta critica ao autor da crónica Chique e Choque, e como este espaço é de debate de ideias, faça o favor de se manifestar em comentário, ou mais Choque ou ainda mais Chique…