«…A falta de autenticidade do poder, isto é, a distância que vai entre aquilo que se proclama e aquilo que se pratica, atingiu assim o nível da tragicomédia, confirmando a hipocrisia de um sistema pantanoso que ocupou o regime democrático. A nenhuma vergonha poderia continuar a desfilar face a manifestos casos de persiganga que, por enquanto, sou obrigado a ocultar, onde tão culpados são os protagonistas da vindicta, detentores do poder, como os acompanhantes da procissão que os não denunciam, para poderem obter um qualquer naco que escorra da mesma mesa do orçamento.»
José Adelino Maltez, Sobre o Tempo Que Passa, “Entre a fome das assoalhadas e a manutenção da canalhocracia“.
2 comentários:
O desinteresse dos agentes políticos no "Lisboagate" é um trágico sinal do estado de subdesenvolvimento democrático da nossa III república. Ao contrário de daqueles que sorriem conformados com a caricatura de país em que nos tornámos, onde a irresponsabilidade e o nepotismo são norma, a mim parece-me que é importante expressar a revolta sem resignação. Todos sabemos como o velho e amolgado tacho, sempre reabastecido através dos dinheiros públicos, alimenta os estômagos e anestesia as consciências de meio mundo por este país afora.
Os portugueses têm o que merecem: um estado paternalista e perverso que manipula a bel-prazer um povo sem vontade ou ambição - os eternos últimos, uns pobres coitados. Até quando?
http://www.youtube.com/watch?v=aIf0LaLyLqk&feature=related
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