quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Ao sabor das marés…

Primeiro, não combinaram a candidatura. Depois, aparecem em conjunto. Em seguida, dissolvem o problema. Logo, depuraram o dividido. No fim, tudo se junta e resulta. Isto é, a união entre os autarcas de Caldas e Óbidos relativamente à Lagoa - o milagre das rosas neste jardim das delícias, onde até houve conferência conjunta neste desencontro de união.

A Lagoa tem estes fascínios - como as marés – ora mais próxima, ora mais afastada.

Ao ritmo das marés e das luas, juntam-se os dois na mesma “bateira” e logo um arvora a comandante da campanha e o outro ganha instantaneamente artes e cédula de timoneiro. E, ainda com o barco em terra, saltam alguns salpicos de críticas de vagas mais revoltas:

Telmo Faria, presidente da Câmara de Óbidos, declarava que “nós queríamos fazer uma candidatura conjunta, mas ficámos a saber que Caldas já tinha apresentado uma candidatura. Ficámos estupefactos, mas não deixámos de dizer à Câmara das Caldas que não fazia sentido avançar sozinha”.

“A Lagoa não é nem de Óbidos nem das Caldas e a candidatura foi prematura e pode ser corrigida”, afirmava Telmo Faria, que lamentou que a autarquia caldense “tenha dado o primeiro passo” isoladamente, considerando que “a atitude devia ser outra”.

No entender do edil, Óbidos, por ter ganho já uma competição com o castelo – Maravilha de Portugal – “é um apoio de peso”. “Os portugueses gostam de Óbidos e estarmos envolvidos só ajuda o processo da eleição”, manifestou.

Já Fernando Costa comentou que “cada Município tinha a sua listagem de candidaturas”, responsabilizando a Câmara de Óbidos por ter efectuado um contacto tardio para a candidatura conjunta. E lembrou até o episódio de há quatro anos, quando era vereador Jorge Mangorrinha e “quisemos fazer uma candidatura conjunta de Caldas e Óbidos a Património das Águas e a Câmara de Óbidos rejeitou”.

O autarca caldense disse que “nada impedia que cada Câmara apresentasse a sua candidatura”, mas depois declarou que “já comunicámos que Óbidos entre na nossa candidatura”.

Fernando Costa aproveitou para rejeitar as críticas da imprensa: “Querem culpar-nos por não termos convidado a Câmara de Óbidos, como se a Câmara de Óbidos não tivesse tido obrigação de apresentar a candidatura. Quase que penalizam a Câmara das Caldas por ter apresentado a candidatura e não ter chamado Óbidos, enquanto Óbidos se esqueceu da candidatura ou por ter gasto muito dinheiro na candidatura do castelo e nos festivais de chocolate, mas parece que é o menino bonito que foi maltratado pela Câmara das Caldas”.

Apesar da polémica, Fernando Costa acabou por declarar que “queremos que a Lagoa de Óbidos vença e não queremos divisões nessa matéria”.

E no final apertaram as mãos, num sinal de união... mas, e como se diz, depois da tempestade vem a bonança, e não me admirava nada que venhamos a ver estes dois a embarcar no mesmo barco e rumarem a todo o vapor com destino a São Bento…

2 comentários:

Anónimo disse...

Se este entendimento, durar… sabem os entendidos das coisas do mar que um profundo silêncio antecede, por regra, formidável tempestade.

Anónimo disse...

Qual barco, qual quê… mete-los numa balsa e coloca-los próximos das Berlengas – com vento de terra. Um arrasta-se no poder quase há vinte anos o outro para lá caminhava, felizmente houve alteração à lei.