domingo, 18 de maio de 2008

Coisas de “cotas” num domingo

De acordo com os reguladores e burocratas de hoje, todos nós que nascemos nos anos 60, 70 e princípio de 80 não devíamos ter sobrevivido até hoje, porque as nossas caminhas de bebé eram pintadas com cores bonitas em tinta à base de chumbo que nós muitas vezes lambíamos e mordíamos.
Não tínhamos frascos de medicamento com tampas "à prova de crianças" ou fechos nos armários e podíamos brincar com as panelas.
Quando andávamos de bicicleta, não usávamos capacetes. Quando éramos pequenos viajávamos em carros sem cintos e airbags - viajar à frente era um bónus para quem se portasse bem.
Bebíamos água da mangueira do jardim e não da garrafa e sabia bem. Comíamos batatas fritas, pão com manteiga e bebíamos gasosa com açúcar, mas nunca engordávamos porque estávamos sempre a brincar lá fora.
Partilhávamos garrafas e copos com os amigos e nunca morremos disso. Passávamos horas a fazer carrinhos de rolamentos e depois andávamos a grande velocidade pelo monte abaixo, para só depois nos lembrarmos que esquecemos de montar uns travões. Depois de acabarmos num silvado aprendíamos.
Saímos de casa de manhã e brincávamos o dia todo, desde que estivéssemos em casa antes de escurecer. Estávamos incontactáveis e ninguém se importava com isso.
Não tínhamos PlayStation, X-Box. Nada de 70 canais de televisão, filmes de vídeo, home cinema, telemóveis, computadores, DVDs nem chats na Internet.
Tínhamos amigos e se os quiséssemos encontrar íamos à rua. Jogávamos ao elástico e à barra e a bola até doía! Caíamos das arvores, cortávamo-nos, e às vezes partíamos ossos mas sempre sem processos em tribunal.
Havia lutas com punhos mas sem sermos processados. Batíamos ás portas de vizinhos e fugíamos e tínhamos mesmo medo de sermos apanhados.
Íamos a pé para casa dos amigos. Acreditem ou não, íamos a pé para a escola; não esperávamos que a mamã ou o papá nos levassem. Criávamos jogos com paus e bolas.
Se infringíssemos a Lei era impensável os nossos pais nos safarem, eles estavam do lado da Lei.
Esta geração produziu os melhores inventores e desenrascados de sempre. Os últimos anos têm sido uma explosão de inovação e ideias novas.
Tínhamos liberdade, fracasso, sucesso e responsabilidade e aprendemos a lidar com tudo.
Isto, meus amigos é surpreendentemente medonho... E talvez ponha um sorriso nos vossos lábios: A maioria dos estudantes que estão a sair das universidades hoje, nasceram em 1986... chamam-se jovens.
Para eles, a SIDA sempre existiu. Os CD's sempre existiram. O Michael Jackson sempre foi branco. O John Travolta sempre foi redondo e não conseguem imaginar que aquele gordo fosse um dia deus da dança.
Acreditam que Missão Impossível, Shaft e Os Anjos de Charlie são filmes do século XXI.
Não conseguem imaginar a vida sem computadores. Não acreditam que houve televisão a preto e branco.
SIM, ESTAMOS A FICAR VELHOS!
… mas tivemos uma infância do caraças... Já valeu a pena!
Recebido por e-mail

1 comentário:

Anónimo disse...

A sociedade europeia e portuguesa actual tem exageros.
Era precisa uma ASAE, mas não fundamentalista. São precisas regras, mas não exageradas.
Devemos ser tolerantes, mas não admitir toda a bandalhice.
Falta à sociedade actual equilíbrio e bom-senso.
Também em Óbidos há exageros que deviam de ser corrigidos.