quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Mais betão

José Sócrates teceu elogios aos autarcas do Oeste por terem construído alternativas de investimento ao aeroporto da Ota. Esqueceu-se no entanto de lembrar que os autarcas apenas necessitaram de contratar os autores dos projectos, normalmente financiados pelas empresas de obras públicas, já que o governo ofereceu 2,1 mil milhões de euros pertencentes aos contribuintes, não contabilizados nos custos de construção do novo aeroporto de Lisboa, obviamente. Em matéria de gasto de dinheiros públicos, nunca faltou criatividade aos políticos portugueses, não era agora que iriam abrir uma excepção, deixando créditos por mãos alheias, já o mesmo não podemos afirmar quanto ao financiamento dos mesmos, ao longo dos anos têm sido construídos os mais diversos elefantes brancos, sem qualquer sustentabilidade financeira, alguns até mesmo sem necessidade que os justifiquem, excepção ao posterior corte da fita, e contabilização de obra feita, para apresentar em contendas eleitorais. Obviamente que as alternativas de que fala o primeiro-ministro, se traduzem em mais e mais betão, precisamente o modelo de desenvolvimento que nos trouxe à actual conjectura económica.

6 comentários:

Anónimo disse...

Parece que não estou muito convencido de que esses milhões todos sejam aplicados no Oeste...
Uma coisa é prometer...e de promessas, estamos cheios...!!!
Outra muito diferente, é ver obra feita no terreno...!!!
Aguardemos...!!!

Maximino

Anónimo disse...

O nosso presidente (Óbidos) esteve presente?

Anónimo disse...

Os custos da Ota com duas pistas (previsão do Governo): 3 mil milhões de euros

Os custos da Ota sem aeroporto: 2.1 mil milhões de euros

Anónimo disse...

FOI INVESTIDO MUITO DINHEIRO DE ESPECULADORES NOS TERRENOS E NAS ÁREAS LIMÍTROFES (num raio de 20 a 25 km),POR PARTE DE PARTICULARES (políticos inclusivé !…) E DE EMPRESÁRIOS.

Agora, remediou-se “o mal”, à custa do herário público !

Também é verdade que algumas autarquias, durante anos, projectaram o futuro dos seus concelhos a partir do aeroporto, pelo que terão de ser recompensadas.
Mas há muito mais e mal explicado para além desses compreensíveis casos.

Anónimo disse...

O suposto aeroporto da Ota foi um El Dorado para os especuladores. Qualquer pessoa que tivesse um punhado de terra naquela terra ganhou dinheiro sem fim. Com a mudança de planos, aqueles que compraram os terrenos a preços exurbitantes viram a vida a andar para trás: sem aeroporto aqueles terrenos valem muito pouco ou nada. É a especulação: uns ganham outros perdem. Mas não, o nosso governo não deixa, para o nosso governo todos têm de ganhar, por isso toca de gastar dois mil milhões de euros em projectos para "compensar" o pessoal do Oeste e Lezíria do Tejo. Tudo para que os especuladores não percam o dinheiro que investiram. É engraçado que o mesmo governo impõe impostos sobre os "lucros extraordinários" da Galp. Há especulações e especulações...

Anónimo disse...

Ora, que se saiba, os únicos prejuízos foram os do embargo aos terrenos que estavam destinados ao aeroporto e na sua envolvente. Tudo o resto só poderia constituir expectativas, na perspectiva da construção do novo aeroporto, o que aliás deve ter atraído alguns investimentos não desprezíveis. Por isso, esta ideia da "compensação" não passa de um hábil pretexto para favorecer esta região, complementar de Lisboa, relativamente a outras regiões muito mais carenciadas do País.
E depois há quem se surpreenda com a acentuação das assimetrias territoriais entre nós...