«Os portugueses pagam cada vez mais impostos às câmaras: só em 2007, segundo dados da Direcção-Geral das Autarquias Locais (DGAL), os municípios cobraram a cada munícipe uma média de 235 euros, um aumento de quase 26 por cento face ao ano anterior e uma subida brutal de 24,5 por cento em relação ao acréscimo registado de 2004 para 2005. A Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) já contestou os dados da DGAL e garante que as verbas foram investidas no próprio município.» [Correio da Manhã – aqui para ler]
Autarcas dos concelhos onde se pagam mais impostos municipais ouvidos pela Lusa afirmaram hoje que os dados divulgados não reflectem a realidade, rejeitando qualquer tipo de privilégios ou estatuto de «riqueza».
Vila do Bispo, Loulé, Lagos, Albufeira e Óbidos são os cinco concelhos onde se cobraram mais impostos municipais em 2007, segundo um estudo da Direcção - geral das Autarquias Locais a que a Agência Lusa teve acesso.
O presidente da Câmara de Óbidos, Telmo Faria, faz questão de frisar que «é mentira» dizer que «em Óbidos cada cidadão pagou mais impostos».
«É uma realidade que não existe», reiterou o autarca em declarações à Agência Lusa, explicando que «a população residente paga poucos impostos e quem mais paga é a que tem casa secundária e de valor patrimonial muito elevado».
«Dois terços» do valor global dos impostos municipais cobrados em Óbidos - cerca de 800 euros por habitante - «vem das casas de segunda habitação» instaladas nos empreendimentos turísticos de cinco estrelas, afirmou Telmo Faria.
«Pegar na soma total daquilo que arrecadamos e dividir por todos é partir de uma base errada, basta analisar o IRS da população que reside em Óbidos para se ver que é baixo», argumentou o autarca.
«Estas contas, que não reflectem a realidade, são aliás a grande fonte de discórdia que temos com o governo e que também as aplicou na atribuição do Fundo de Equilíbrio Financeiro a distribuir pelos municípios», criticou Telmo Faria.
«Não vamos baixar o IMI só porque para o ano há eleições, não é essa a nossa visão das coisas. Pelo contrário, decidimos manter o valor do IMI nos 0,40 porque temos muitos compromissos a nível de políticas sociais que queremos manter», acrescentou.
6 comentários:
Sem margem para dúvidas, mais do mesmo... "Pegar na soma total daquilo que arrecadamos e dividir por todos é partir de uma base errada"
E é, não é assim que se pode aferir o que cada um paga...
É como dizer.
os portugueses comem em média 30 quilos de frango, esquecendo que alguns vão parar ao hospital por comer de mais...enquanto outros morrem à fome e nunca viram a cor do frango...
Maximino
Ena pá, anda esta sumidade, este professor universitário tão elogiado e saudado, este historiador de livro editado, que dizem ser de grande gabarito, este homem condecorado, anda agora na ribalta turística.
Se fosse presidente da Calheta ou do Corvo (também com oceano pela frente) seria medalhado ou teria apenas umas nódoas na lapela.
Provavelmente esqueceu-se de outras receitas: Imposto Único de Circulação, a derrama, a receita de IRS e Fundos. Mas estas receitas menores devem ser insuficientes para alimentar a máquina burocrática que se rodeou. Se não fosse presidente de Óbidos seria alguma vez distinguido com tantos prémios?
Claro, que se esquecem do político e dos defeitos perversos em que a mesma se envolve e movimenta... partidarização de lugares, nomeações nas Ems e o folclore em que se transformou a Vila e principalmente a venda a retalho aos grandes grupos da faixa litoral do concelho.Qualquer dia os residentes nem conseguem pisar o areal, porque aquilo que era publico começa a se privado.
Qualquer argumento basta para deitar areia para os olhos “basta analisar o IRS da população que reside em Óbidos para se ver que é baixo”, soberbo esta frase do Sr. Telmo Faria não tem nada para dizer em relação ao bem estar das populações, não faria melhor em estar calado.
Que importa ser presidente de um concelho aparentemente rico se os seus residentes na declaração do IRS não sentiram a aplicação desse milhões arrecadados – o mediatismo, os ilustres que aprecem por aí, as festanças, não constam em nenhum item dessa declaração.
Existe gente que se dedica de corpo e alma à sua terra e à sua gente, mas também há autarcas que se estão a borrifar para a comunidade que representam, porque o que interessa é o ordenado que lhe entra no bolso ao fim do mês, para além da visibilidade e das benesses adicionais que toda a gente conhece
É possível que existam, sim senhor...
Mas posso afirmar que dos autarcas que conheci em Óbidos, desde há mais de cinquenta anos, não me recordo que algum possa ser catalogado dessa maneira...
Uns fizeram mais outros menos, mas não houve nenhum que tivesse colocado os interesses pessoais à frente dos interesses do Concelho...
Maximino
Maximino és o maior, boa. destas e doutras tu é que sabes e o se sabes!
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