Barragem do Arnóia não evitou inundações
Devido às inundações, os bombeiros de Óbidos tiveram de proceder a uma evacuação de uma senhora de 83 anos que vive junto à vila. Houve casas inundadas também no Olho Marinho e na Usseira. A Estrada Nacional 8, junto à vila de Óbidos esteve também cortada ao trânsito, devido à subida das águas do rio Arnóia. A mesma estrada ficou também cortada no Paúl, na entrada norte do Bombarral e na Várzea da Pedra (Cintrão). Também a estrada que liga Óbidos ao Arelho esteve submersa. O mau tempo destruiu a estrada que liga Óbidos à localidade da Gracieira, assim como a ligação entre A-da-Gorda e Pinhal. Durante algumas horas os acessos a Óbidos e ao Bombarral apenas foi possível através da auto-estrada. Segundo a Câmara de Óbidos, as comportas da barragem do Arnóia estiveram abertas, com o IDRHA a fazer descargas controladas, em concertação com a protecção civil municipal. O vereador José Machado, eleito pelo PS, enviou uma carta ao secretário de Estado do Ordenamento do Território e Cidades a pedir um inquérito sobre o que se passou em Óbidos. “Tudo isto é estranho considerando a construção da barragem do rio Arnóia. Uma das razões apontadas para tal solução, que custou milhões de euros, residia exactamente numa maior e melhor gestão do caudal do rio Arnóia que tradicionalmente inundava campos nas suas margens”, comenta na missiva o autarca. O vereador suspeita que “falhou a gestão da barragem, a articulação com a Protecção Civil, a limpeza do caudal do rio e dos ribeiros adjacentes” e por isso pede o apuramento das devidas responsabilidades. Ao final da tarde de segunda-feira o presidente do IDRHA, José Canha, enviou para as redacções dos jornais um esclarecimento em que explica que a afluência de água foi de tal modo intensa que entre as 6h00 e as 15h00 as cotas na albufeira subiram de 26,76 para 29,63 metros. “Graças ao armazenamento na albufeira foi possível conter a montante desta estrutura 1,71 milhões de m3 de água que teria escoado livremente sem a sua existência”, refere, adiantando que “os níveis de cheia a jusante foram menores do que aconteceria se o rio corresse livremente”. In gazeta das Caldas
5 comentários:
Em minha opinião, poderão sempre existir cheias no futuro e é até provável que isso possa vir a acontecer face às condições climatéricas que ao que parece tendem a ter alterações sensíveis, prevendo-se grandes quantidades de precipitação numas circunstancias e noutras grandes tempos de seca extrema...
Aqui e em relação à Barragem do Arnoia (que foi construída para rega e não para controlo de cheias, embora possa em parte também servir de reguladora das mesmas...)teremos certamente um problema que é o de saber quando se deve deixar encher aproveitando todas as poucas precipitações de modo a reter o maior caudal possível, ou em alternativa mantê-la sempre vazia, para poder suster ocasionalmente uma precipitação desmesurada de chuva...e evitar uma cheia.
A mim que não sou especialista (e poucos o seremos certamente...) parece-me que a única solução será manter sempre operacionais os cursos de água que lhe servem de "descarregador", neste caso, o Rio Arnoia...
Talvez em algumas zonas, aumentar e reforçar as margens e pouco mais...
Devendo haver o cuidado de conseguir "segurar" na Barragem o maior número de metros cúbicos de água possível, poder-se-á em tempo previsivel de muita chuva, abrir atempadamente o descarregador (parece-me que foi aí que se falhou o ano passado...)para evitar "picos de cheia" aumentando episodicamente, a capacidade de retenção da Barragem por esse possível processo de esvaziamento...
As pequenas inundações no começo da época das chuvas que tantas dores de cabeça e prejuizos causam normalmente alguns, nem sempre são faceis de conseguir...
Mesmo tendo as valetas e as sargetas limpas, não é dificil que a queda de folhas (e bastam as folhas de uma noite...)arrastadas para as mesmas sirvam de tampão e daí até aos problemas, vai uma pequena margem de manobra...
Entendo que poderão ser uteis para a Sociedade a que pertencemos, a permanente chamada de atenção dos responsáveis, para em primeira instancia evitar os problemas e quando não é de todo possível evitá-los, no mínimo minimizá-los...
E já agora os meus parabéns ao autor do Forum, pela informação postada...
Um bom dia para todos
Maximino
As coisas não se passaram, como os comunicados oficiais, querem fazer parecer...
Aqui está um excelente exemplo de como os historiadores tem um trabalho extremamente dificil, uma coisa são os documentos oficiais, facturas, recibos, etc., outra coisa, foi o que realmente aconteceu...!!!
Sem dúvida em CMO online a inundação resume-se a meia dúzia de linhas...
quem ficou sem casa e practicamente sem nada, não recebeu apoio algum da parte do Município, nem a presença do Sr.Presidente no dia em que aconteceu.
Isto é imoral, para além de ser politicamente incorrecto...
Sabem queridos conterrâneos, as cheias, as catástrofes, os acidentes na muralha, as cabeças e braços partidos na pista de gelo, os carros assaltados nos parques de estacionamento pagos e com vigilante, o mercado semanal de produtos que de biológicos nada têm, não dão boas fotografias, nem reportagens onde o presidente fique bem. No dia das cheias a televisão esteve lá, mas nem o presidente nem os vereadores do PSD apareceram. Não deu geito.
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