Há algum tempo atrás, vi alguns professores do concelho ficarem com “os cabelos em pé” sempre que ouviam falar de escola municipal. Segundo diziam, o projecto do Sr. Presidente punha em causa a sua estabilidade profissional e não passava de um capricho.
No manifesto eleitoral “ A mudança não pode parar” prestei maior atenção Eixo II onde era abordada a questão da educação e procurei ouvir outros professores. Há um número significativo que defende uma escola de qualidade, centrado no aluno, que aposta no indivíduo, na eficácia das novas tecnologias ao serviço da educação, na participação e envolvimento continuados da comunidade…
Ao ler esta entrevista – na Revista Animação e Educação (aqui para ler) -, não percebi onde reside o ponto da discórdia. Afinal, o que Telmo Faria defende para a educação é o que pais e professores reivindicam.
O projecto educativo aqui proposto vai muito além do que a maioria se atreve ambicionar: a tónica não está apenas no conceito de escola municipal (com tudo o que isso traz de novo), mas conjuga-o com escola comunitária (no seu sentido mais lato).
Parece-me que o entrave ao êxito deste projecto será a cultura de “divórcio” entre pais e escola que continua a prevalecer no concelho. Só com o envolvimento efectivo de todos os agentes educativos é que este projecto poderá ser uma experiência piloto com êxito. Só se os pais, professores e alunos também acreditarem que o combate ao insucesso (e a melhoria da qualidade do sucesso) passa por este grande projecto é que a ambição maior do Presidente da Câmara e dos líderes educativos poderá ser uma realidade.
Contributo de um leitor
6 comentários:
A entrevista é tão extensa que irei ler durante o fim de semana…
O grande problema é que...
Muitos pais se divorciam completamente da educação de seus filhos e pensam que isso apenas diz respeito aos outros intervenientes...!!!
Maximino
As escolas de Óbidso têm pior aproveitamento que as das Caldas.
Sobretudo no Ensino Secundário, há jovens e pais do concelho de Óbidos que optam pelas escolas das Caldas, por aí ser o ensino de melhor qualidade e aumentarem as possibilidades de entrarem no curso superior que mais desejam.
Sem dúvida a menina dos olhos de Telmo Faria é a educação, mas não só com a construção de edifícios novos que se resolvem os problemas na Educação.
Sendo ele um grande defensor de um sistema municipal ao nível da Educação para que cada concelho, à sua escala e tendo em conta as realidades locais, tenha a sua própria estratégia educativa.
(…) estamos a lançar um desafio completamente novo. No programa destas eleições autárquicas propusemos a criação de escolas municipais em Portugal.
Esse projecto forçosamente passa por toda a comunidade, mas fundamentalmente terá que ser a favor da valorização e reconhecimento dos professores, despertar nos pais uma mentalidade mais interventiva e participativa e congregar as forças vivas do concelho/região.
Só que pecou logo no início e por excesso de confiança. Quando colocou a pessoa (Matilde Monteiro) que na sua perspectiva iria ser o motor de toda essa dinâmica em 6º lugar na lista para a CM e embora por escassos votos não foi eleita.
Como a presidência naturalmente preenche-lhe todo o seu tempo, nada que não se resolva contratando a pessoa ou pessoas no regime de recibo verde.
O problema das escolas.. resolvem-se com mais exigência e disciplina...
Os pais devem ser interventivos mas também responsabilizados pela educação dos filhos.
Se os pais exigissem tanto aos filhos como exigem à "instituição escolar"... as coisas andavam bem melhor..
Os Encarregados de Educação que arregacem as mangas e mexam nas escolas.. mas sobretudo.. mexam em casa na boa educação dos filhos...
Tantos e tantos casos de alunos das famosas "Escolas d´Óbidos" que optam por ir para as caldas.. pois aqueles complexos escolares são uma balburdia de "anarquismo"..
os funcionários.. qualificados?? Se se castiga, se se exige alguma disciplina.. aparece logo alguém.. ai ai coitadinho da criança..
Quando os vão educar? Quando tiverem 30 anos??
Concordo em absoluto com este ultimo comentário. O problema principal da educação está nos PAPÁS.
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