terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Viver e sentir o concelho

Há quem entenda que votar nas eleições autárquicas de quatro em quatro anos é mais do que suficiente para cumprir o dever cívico de participar na vida politica do seu Município.
Há quem esteja absolutamente convencido que quem ganha as eleições autárquicas tem toda a legitimidade democrática e mais alguma para decidir o que quer que seja e como bem entenda no seu "feudo", devendo as oposições remeter-se a uma espécie de véu de silêncio, dado que a sua legitimidade está reduzida às minorias que nelas votaram.
Há quem pense que perdendo as eleições, o melhor é "baixar os braços" e curvar-se reverencialmente perante os vencedores e esperar em silêncio mais quatro anos para ver se a conjuntura política melhora, o que quer dizer, esperar que o povo eleitor se canse de quem está no poder e lhes dê um voto de confiança.
Para alguns, as Assembleias Municipais são uma espécie de instrumento político subalterno às Câmaras Municipais, que só servem para incomodar e atrapalhar quem está no executivo camarário.
Para outros, as Assembleias Municipais são uma oportunidade única e excelente para servir de muleta política ao executivo camarário nas matérias mais impopulares. Estas concepções políticas são frequentes em muitos municípios do nosso país, independentemente de quem está no poder ou na oposição.
Infelizmente estas têm muitos "seguidores" em Óbidos.
A parca participação de obidenses a assistir às sessões das Assembleias Municipais são disso exemplo.
Ora, nós não só temos o direito de participar como o dever de não nos alhear dos problemas e anseios do nosso concelho.
Isto independentemente de quem esteja a favor do actual modelo de gestão autárquica ou de quem o considerar completamente esgotado e sem soluções á vista. Temos o dever cívico de participar no debate e decisão dos problemas do nosso concelho, sem receio ou reserva mental de quem quer que seja.
O compromisso com o municipalismo e com as políticas de proximidade ao munícipe obidense é uma tarefa colectiva.
Ninguém pode ficar para trás ou ser mandado para o lado para não estorvar.
Óbidos não é refém de ninguém em particular ou de nenhum grupo organizado por mais iluminado que pense ser.
Óbidos somos todos nós....sem excepção.

2 comentários:

Anónimo disse...

Ora aqui está um post que tem o meu inteiro apoio...e já agora acrescento que é de opinões assim que precisamos...
Também eu não compreendo (e isto que vou escrever tem a ver com o passado, o presente e espero que não tenha a ver com o futuro...)como é que as pessoas que se propõem ser eleitas, fazem um esforço inaudito para convencer os votantes que apenas as movem os interesses do Concelho e depois das eleições se esquecem dessas boas intenções...

Acontece muitas vezes que quem é eleito, se esquece de algumas promessas...
E quem fica na oposição, tudo faz para minimizar o que de positivo é feito, pouco mais faz do que dizer mal e "pedir a todos os santinhos" para que quem governa o faça mal ou pouco faça...para poder ficar uma porta aberta a quem ficou de fora...

Não é este o entendimento que eu tenho acerca da política, para mim, mesmo quem "fica de fora" (se é que verdadeiramente lhe interessam os interesses do concelho e seus munícipes...)tem obrigação de pugnar para que as coisas sejam feitas, apresentando melhores soluções...ou apoiando o que de bom se vai fazendo...
É que dizer apenas que tudo está mal, quando os munícipes também têm olhos na cara para ver...pouco adiantará, na medida em que muitas vezes...uma coisa não dá com a outra...

Mas para os simples eleitores, existem também obrigações, fora do tempo eleitoral, chama-se a isso o direito de cidadania que na maior parte das vezes não é exercido...

Mais uma vez, parabéns por ter levantado um problema bem actual...

Maximino

Anónimo disse...

Concordo em absoluto com o comentário do Sr Maximino. Para serem eleitos prometem mundos e fundos, após a eleição começam a padecer da doença "politica" - esquecem as promessas e tendem a renova-las nas próximas eleições...ciclo vicioso.