Eburobrittium – Cidade adormecida que tarda em acordar.
Segundo Plínio-o-Velho, escritor romano do século I, Eburobrittium era uma cidade romana que existia entre Leiria (Collipo) e Lisboa (Olisipo). No entanto, a localização era desconhecida.
A cidade terá sido construída no tempo de Augusto, no final do século I a.C., e sobreviveu até à segunda metade do século V d.C... Alguns dos espaços foram posteriormente reocupados, como se verifica pela existência de dois edifícios medievais.
História Aberta - Eburobrittium - Cidade romana (clique) poderá saber muito mais.
Um acesso à auto-estrada 15 na zona de Óbidos está em vias de ser desviado para permitir salvaguardar esta cidade romana e cuja importância é equiparada a Conímbriga.
Beleza Moreira fez então a sua primeira intervenção de emergência a pedido do Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR), envolvendo escavações e recolheu um espólio a que deu uma datação desde o século I ao século V, confirmando a existência desta cidade.
Presume-se que a cidade tenha sido extinta no século V, na mesma altura em que Conímbriga desaparecia.
O especialista coordenou os trabalhos de campo, com estudantes do ensino secundário e de arqueologia a fazerem escavações e investigações dos achados, que devem prosseguir, uma vez que apenas uma pequena parte da cidade está posta a descoberto.
A cidade romana de “Eburobrittium” está inserida numa quinta particular, pertencente à Associação Nacional de Farmácias, estando as intervenções a ser desenvolvidas em consonância com esta entidade e com a autarquia local, Os custos das escavações têm sido suportados pela Câmara Municipal e pelo IPPAR. Desde que a Associação Nacional das Farmácias adquiriu o local, também esta instituição tem apoiado financeiramente.
A cronologia desses trabalhos:
Sendo a Arqueologia a ciência que estuda o passado do Homem através dos seus vestígios materiais, quer do ponto de vista de estruturas quer do espólio, acreditamos que seja necessário tempo até que, finalmente, as visitas a esta cidade adormecida façam parte dos roteiros turísticos.
10 comentários:
No tempo do Pereira Júnior este projecto era muito acarinhado.
Agora, na era do Telmismo, foi vitada ao esquecimento.
José Alberto Beleza Afonso Moreira tem feito um trabalho notavel, com os meios e recursos que lhe diponibilizaram.
É lamentavel o aspecto de abandono que o local actualmente se apresenta... poderá ser vandalizado. Anda a equipa a pesquisar com todo o saber e cuidado... para os visitantes de ocasião que lá se deslocam andarem a saltitar pelas pedras...
Creio que o que interessará aos vários leitores deste Forum, é saber o mais possível acerca dos assuntos nele versados e por isso...
Aqui vai mais uma opinião...
Ainda não há muito tempo,(talvez 4 ou 5 meses...) falando com o sr. Professor Beleza Moreira acerca da paragem dos trabalhos, ele me dizia que tudo estava suspenso da vontade ou não, do Serviços de que dependerá o desvio da A8, para poderem ser pesquisados os espaços que estão por debaixo da referida auto-estrada, que é onde se situa o Forum, que será a parte mais importante das pesquisas.
Voltando muito mais atrás, ao período em que foram descobertas as ruínas, falou-se na altura que o responsável pela obra, tentou que não se soubesse nada acerca da descoberta.
Ouvi até dizer, não sei com que base de verdade, que alguns trabalhadores que tinham estado directamente ligados à descoberta, haviam sido transferidos para outras obras do Empreiteiro.
É sabido como são demasiado morosas, quaisquer deligencias que se tenham que tratar nas circunstancias de uma decoberta daquela, pelo que os responsáveis normalmente, para não perderem tempo e dinheiro, preferem ou destruir ou tapar o que se possa descobrir...para não lhes atrapalhar o trabalho...
Agora voltando ao início do meu comentário, o que eu tenho certas dúvidas é que perante as dificuldades económicas que o País atravessa, o Organismo reponsável pela deslocação da A8, possa entender essa obra com alguma prioridade...
E sendo assim...e numa prespectiva pessimista, possivelmente vai levar-se tanto tempo a avançar com as obras...como se levou num golpe de sorte, a descobrir as ruínas...
Maximino
Tudo indica que Eburobrittium seria muito equivalente a Conímbriga em termos de área e importância.
Não se entende gastam-se milhões em estudos e mais estudos para a “guerrinha” do aeroporto, as empresas publicas são sorvedouros dos poucos recursos que o País. Não se conseguem arranjar alguns milhõenzitos para reparar a decisão politica errada, aquando da execução dos trabalhos e da descoberta, não se ter logo na altura arranjado uma solução alternativa ao traçado… porque tudo indica que em termos técnicos a obra não é de difícil execução.
Bem sei que este tema das ruinas romanas em Óbidos não é fácil já que a propriedade do terreno não é pública. Mas convenhamos, se as ruinas romanas beneficiassem de meade do empenho que se dá ao Chocolate e à vila Natal as ruinas estavam noutro estado de aproveitamento. E já agora. Numa leitura rápida, com Telmo Faria na Camara os trabalhos falharam em dois anos (2003 e 2005) mas com o Pereira Júnior nunca falhou.
Infelizmente existe uma questão, ainda mais importante do que o desvio da A8, é que além do professor Beleza, poucos são aqueles que acreditam, que as ruinas encontradas, sejam mesmo de Eburobritium !!!
A localização desta cidade Romana, foi durante bastante tempo desconhecida, tendo sido reclamada por muitos (Amoreira, Alfeizarão, Salir, São Martinho, etc.), quando o professor Beleza afirmou que Eburobritium tinha sido encontrada, muitos acharam que a demanda tinha chegado ao fim, mas após as primeiras escavações coocaram-se muitas duvidas, especialmente relativamente ao tamanho, sendo que aquilo que até agora foi encontrado, não se enquadra com uma cidade da dimensão de Eburobritium.
A questão que se poderá colocar, não é só, sobre os custos do desvio da A8, para colocar à mostra a cidade que alguns pensam lá estar, também poderemos perguntar se valerá a pena gastar o dinheiro no desvio, para confirmar que afinal não estamos perante Eburobritium !!!...
A questão colocada por Abidos é pertinente… e se não é Eburobrittium. Com esta latente preocupação e empenho com a Marca Óbidos - as empresas municipais Óbidos Patrimonium ou a Recria – facilmente encontrarão a resolução do problema. Certificam com a Marca Eburbrittium.
uma questão pernitente.
Sabendo-se de Eburbritium pelo que Plinio escreveu e por algumas inscrições e pouco mais.Para dizer que os vestigios romanos em Óbidos não são a cidade de Eburbritium só pela dimensão gostava de saber onde se apoiam os que o desmentem e de onde deduziram o tamanho da cidade.
Um bom ponto para se discutir.
unha negr@
Quem tem o ónus da prova, é o professor Beleza, pois tem sido ele, praticamente sozinho, que tem dado a cara, por toda a teoria, e ironicamente o facto da A8, passar por cima de grande parte da cidade, tem servido como um excelente alibi...
Creio que o caminho para se provar a localização dos agrupamentos populacionais Romanos, na nossa zona, passa em primeiro lugar, por saber onde se situavam as margens das Lagoas (Óbidos, Alfeizarão, Pederneira), e ainda saber se existia ligação entre estas Lagoas, e como é sabido existem opiniões diferentes...
pois é, louvar o trabalho de Beleza Moreira é justo mas podia ser mais consequente por exemplo
foi criado um grupo de amigos de Eburubritium inscrevi-me e não passou disso, avançar com os trabalhos de Eburbritium estando pendente da camara ou da associação das farmacias é curto.
esteve um arqueologo da Era Arqueologia a fazer o acompanhamento dos trabalhos de movimento de terrenos da barragem
durante dois anos, descobriu-se que decaixo da ponte dos ingleses há resto de calçada romana e foi romana a primeira ponte do arnoia ali e nunca o Beleza Moreira teve uma conversa com este Arqueologo.
Muito mais se poderá dizer e fazer por Eburobritium sem ser preciso desviar a A8 sendo no entanto fundamental para se ter um
plano da sua totalidade serio.
Creio ser um bom tema para uma tertulia aberta a todos o que gostam se interessam e sabem destas coisas, haja vontade.
Eu aponto-me.
Unha negr@
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