quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Contador de água

Contador de água
Porquê duas taxas sobre a mesma coisa?
Alerto a AR para o facto de todos os portugueses que têm um contador de água em casa estarem a pagar duas vezes uma Taxa Tratamento de Resíduos Sólidos Urbanos indexada ao consumo de água.
Sem explicação é aplicada uma taxa fixa e uma variável. Porquê duas taxas sobre a mesma coisa?
1) A produção de lixo doméstico nada tem a ver com o consumo de água de um agregado familiar. Consumo alguma água porque tenho um pequeno relvado. O meu agregado familiar são duas pessoas. Produzo a mesma quantidade de resíduos sólidos urbanos (no meu caso apenas lixo doméstico) que o meu vizinho que tem três filhos, um cão, um gato, peixinhos e periquitos? Claro que não. Mas como tenho um jardinzito (um luxo!) pago mais que ele! Se beber água da torneira em vez de engarrafada, também produzo mais lixo?
2) Gostaria de pensar que pago apenas pelo lixo que EU produzo (e é bem menor que a água que consumo, mas também pago escalões por ela) e não por todos os entulhos de obras, pelos dejectos de animais sem dono (e com dono), pelas descargas ilegais, etc., etc., etc.
3) Quem tem acesso a poço ou furo na sua propriedade gasta menos água da companhia. Também produz automaticamente menos resíduos domésticos por isso? Ao que parece, sim.
4) Durante o Inverno produzimos menos lixo? Eu, pelo menos, gasto menos água com a rega do jardim logo devo automaticamente produzir menos resíduos à luz desta linha de pensamento.
5) Se há um Decreto Lei que permite esta leitura, então deve ser alterado de imediato.
Aceito e defendo o princípio do Poluidor-Pagador mas há limites. Já se pagam três escalões diferentes para quem gasta mais água. Não há razão para esse consumo ser utilizado para aumentar as receitas das autarquias.
Aceito pagar uma taxa pelo tratamento do lixo que produzo mas não posso aceitar que esteja indexada ao consumo de água. Não faz qualquer sentido.
É inaceitável que o Estado trate ou permita que se tratem assim os cidadãos, aqueles que deve acima de tudo defender e proporcionar as melhores condições. Não é o caso.
Este artigo foi enviado também para os grupos parlamentares, para o Provedor de Justiça, para os SMAS de Sintra, para a Câmara Municipal de Sintra, para a DECO e para os principais jornais do País.
A CMO também pratica a taxa de resíduos sólidos indexada ao consumo de água.
Consultando o IRAR – Instituto Regulador de Aguas e Resíduos – Recomendação Tarifária.

3 comentários:

Anónimo disse...

Já se diz por aí… que o valor que se paga pelos resíduos sólidos na conta da água já só paga parte do custo de recolha e processamento de todo o lixo. É bem expectável´que este custo suba à medida do crescimento do seu volume, das crescentes e justas restrições ambientais e mesmo dos custos de energia. Todos deveremos fazer menos lixo e realizar em casa a primeira tarefa que é o da separação e mesmo a reciclagem de parte do lixo (por exemplo quem tiver um quintal por meio da combustagem). Tudo bem, esta é uma missão de todos, mas… será também justo que baixem os impostos ao cidadão cumpridor ou que se institua um sistema mais adequado do género a “pagar pelo utilizador”. Uns cumprem, outros não e todos pagam!

Anónimo disse...

Alguém sabe informar qual é a situação do projecto-piloto em que a C M de Óbidos foi pioneira. Divulgado na comunicação social o sistema «Pay As You Throw» (PAYT)- pagamento do lixo ao quilo e a cobrar em função da quantidade de lixo que cada agregado familiar produz?

Anónimo disse...

José Machado, que foi o cabeça de lista do PS à Câmara, estranha que haja 4 vereadores a tempo inteiro, apontando que “aumenta a despesa corrente da Câmara em mais de 200.000 euros, nos 4 anos do mandato, por cada vereador a mais, a tempo inteiro”.

Foi também, mais uma vez, sugerida a fusão das empresas municipais, para se reduzirem os seus custos de funcionamento.