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quarta-feira, 2 de julho de 2008
Logicamente...
... quando a logística contraria a lógica!
Sabia que... (se clicar AQUI, ficará a saber... mas também poderá ouvir)
6 comentários:
Anónimo
disse...
Sendo o Poder Local o paradigma da democracia este “facto” parece assim (e não pretendendo questionar as pessoas) provar que embora a democracia tenha 34 anos ainda existem resíduos de caciquismo… as câmaras não se ganham, mas sim perdem-se! Criar dificuldades ás oposições em termos logísticos, não será a melhor atitude para um saudável ambiente democrático. Se um funcionário chefe de divisão tem um gabinete, um administrador de uma EM também tem um espaço é inadmissível que um vereador eleito tenha a rua ou uma sala da assembleia quando vazia para gabinete… e ainda para mais havendo esse compromisso para criação de um espaço. Mas como em termos locais as eleições só foram ganhas quando o poder cai na rua, de cansaço - e que o cansaço do poder pode ser provocado, desde que exista uma clara alternativa, constituída com tempo e teimosia, baseada num projecto político que seja compreendido e aceite pelos eleitores. O pior que “a oposição” pode fazer é acreditar que a alternância democrática e deitar-se à sombra da bananeira, sem fazer os trabalhos de casa, à espera que o poder caia de maduro no seu regaço – pois foi desta maneira que a actual câmara venceu as eleições…naturalmente sem querer ou pretender questionar as pessoas apenas as instituições.
ESTA VALE A PENA DIVULGAR!!! é uma verdadeira vergonha...
...batendo as asas pela noite calada... vêm em bandos, com pés de veludo...» Os Vampiros do Século XXI: A Caixa Geral de Depósitos (CGD) está a enviar aos seus clientes mais modestos uma circular que deveria fazer corar de vergonha os administradores - principescamente pagos - daquela instituição bancária. A carta da CGD começa, como mandam as boas regras de marketing, por reafirmar o empenho do Banco em oferecer aos seus clientes as melhores condições de preço qualidade em toda a gama de prestação de serviços, incluindo no que respeita a despesas de manutenção nas contas à ordem. As palavras de circunstância não chegam sequer a suscitar qualquer tipo de ilusões, dado que após novo parágrafo sobre racionalização e eficiência da gestão de contas, o estimado/a cliente é confrontado com a informação de que, para continuar a usufruir da isenção da comissão de despesas de manutenção, terá de ter em cada trimestre um saldo médio superior a EUR1000, ter crédito de vencimento ou ter aplicações financeiras associadas à respectiva conta. Ora sucede que muitas contas da CGD,designadamente de pensionistas e reformados, são abertas por imposição legal. É o caso de um reformado por invalidez e quase septuagenário, que sobrevive com uma pensão de EUR243,45 - que para ter direito ao piedoso subsídio diário de EUR 7,57 (sete euros e cinquenta e sete cêntimos!) foi forçado a abrir conta na CGD por determinação expressa da Segurança Social para receber a reforma. Como se compreende, casos como este - e muitos são os portugueses que vivem abaixo ou no limiar da pobreza - não podem, de todo, preencher os requisitos impostos pela CGD e tão pouco dar-se ao luxo de pagar despesas de manutenção de uma conta que foram constrangidos a abrir para acolher a sua miséria. O mais escandaloso é que seja justamente uma instituição bancária que ano após ano apresenta lucros fabulosos e que aposenta os seus administradores, mesmo quando efémeros, com «obscenas» pensões (para citar Bagão Félix), a vir exigir a quem mal consegue sobreviver que contribua para engordar os seus lautos proventos. É sem dúvida uma situação ridícula e vergonhosa, como lhe chama o nosso leitor, mas as palavras sabem a pouco quando se trata de denunciar tamanha indignidade. Esta é a face brutal do capitalismo selvagem que nos servem sob a capa da democracia, em que até a esmola paga taxa. Sem respeito pela dignidade humana e sem qualquer resquício de decência, com o único objectivo de acumular mais e mais lucros, eis os administradores de sucesso. Medita e divulga... Mas divulga mesmo por favor... Cidadania é fazê-lo, é demonstrar esta pouca vergonha que nos atira para a miserabilidade social.
Este tipo de comentário não aparece nos jornais, tv's e rádios... Porque será???
Lógica(mente) e talvez na sequencia dos comentários anteriores
"Os ricos e os poderosos não devem pagar a crise". Em primeiro lugar, porque os ricos são o esteio da sociedade e do mundo. Se acabássemos com os ricos, para que farol guia olhariam os pobres, bem como os remediados e os quase nababos? Ficariam às escuras, pois claro, sem saberem para onde se dirigir nem que paradigma imitar. Naufragariam irremediavelmente de encontro aos escolhos, traiçoeiros e pontiagudos, da existência. Assim, tal qual vamos, há uma ordem: os ricos comem todos os outros; os pobres são comidos por todos os outros; entre os ricos e os pobres existem uns terceiros que comem e são comidos. Se não é o melhor dos mundos, anda lá próximo. É como na selva: há um equilíbrio natural, racional, que visa a perpetuação do sistema ecológico. Têm que existir poucos ricos e muitos pobres, da mesma forma que devem existir poucos lobos para muitas ovelhas. Se existissem muitos lobos para poucas ovelhas, os lobos exterminariam as ovelhas e, depois, definhariam até à inanição por falta de alimento. Portanto, sendo os ricos o que de mais precioso tem o regime, convém preservá-los e protegê-los de todos e quaisquer percalços. Ora, um rico não é rico porque paga crises ou o que quer que seja. Pelo contrário, é rico porque lhe pagam inúmeras coisas: é rico porque recebe. Também, ao contrário do que se pensa, o rico não é rico porque investe o que quer que seja: é rico porque acumula. Se o rico gastasse o seu precioso dinheiro – a sua essência, e substância inefável do sistema -, em negócios e fabriquetas, corria o risco de ficar pobre. Ora, esse é um risco que nenhum rico que se preze pode correr. É claro que o pobre, e especialmente o pobre de espírito, cisma que assim é. Isso, porém, não nos deve surpreender: É conveniente ao sistema e ao rico que ele assim pense. E o que é uma "crise"? – É uma época de desequilíbrio financeiro, em que, por um lado o Estado através de impostos e taxas, e por outro a banca e seus associados, através de "empréstimos" (que mais não são que formas encapotadas de cobrar "taxas" e "impostos" muito acima dos do próprio Estado), deixaram ou ameaçam deixar a grande parte da população na penúria, senão mesmo à beira do colapso enquanto sociedade. Se o dinheiro deixa de circular com a quantidade necessária a manter um fluxo de oxigenação saudável do sistema, isso só pode significar hemorragia algures. Quando, em plena crise, a banca apresenta lucros fabulosos, isso significa que esse dinheiro foi sacado à população e entregue nas mãos dos tais "RICOS". O que estes fizeram, obedecendo à sua lógica intrínseca, foi ir investi-lo noutras paragens mais rentáveis. O objectivo do investimento não é criar postos de trabalho: esse é o simples meio. A finalidade é multiplicar o capital inicial. O resto é supérfluo e, em bom rigor, descartável, logo que a finalidade esteja alcançada. Entretanto, o país de regresso à sua penúria tradicional, do ponto de vista dos ricos e seus acólitos, é positivo: quer dizer que o país, de volta ao terceiro mundo e à realidade, está a transformar-se num país mais competitivo, com mão-de-obra mais barata e menos esquisita. Para os pobres, os verdadeiros, também não faz grande diferença: abaixo de pobres não passam, e já estão habituados. Concentram-se no futebol, na pinga e lá vão. Os únicos que, de facto, têm motivos para se preocupar seriamente são aquela classe intermediária – daqueles que vivem digladiados entre a angústia de regredirem a pobres e a ilusão de, num golpe de asa, ou por qualquer súbita lotaria do destino, ascenderem a ricos. Esses, temo-o bem, vão ter que sacrificar-se, mais uma vez, pela competitividade do país. É, aliás, urgente que desçam do seu pedestal provisório e se compenetrem dos seus deveres atávicos. São para isso, de resto, que, ciclica e vaporosamente, são criados. E dado que os pobres não pagam porque não têm com quê, e os ricos também não, por inerência de função e prerrogativa sistémica, resta-lhes a eles, os tais intermédios (ou otários, se preferirem), como lhes compete, chegarem-se à frente. Está na hora de devolverem a sua "riqueza emprestada", o seu "estatuto a prazo"; de se apearem do troleibus da ficção e retomarem o seu lugarzinho na horda chã, em fila de espera para o próximo transporte até à crise seguinte. Não sei se campeia a justiça neste mundo. Duvido. Mas que reina uma certa ironia, disso não restam dúvidas… Aos poucos, embora continuemos à beira-mar plantados, lá nos vamos convertendo de jardim em cemitério. Também é florido, só que é ainda mais tranquilo. Todavia, não significa que estamos mais felizes: significa apenas que já nem estrebuchamos. Como diz o outro: somos de boa boca. Resignados a governantes com caras de cu e cérebros em conformidade.
No DN PSD. O Conselho de Jurisdição Nacional analisou uma proposta para pagar a Manuela Ferreira Leite o ordenado de número dois do Governo. Luís Marques Guedes, secretário-geral do PSD, terá direito a um vencimento próximo do de um ministro. A medida ainda terá de ser ratificada em Conselho Nacional Durão Barroso foi o último líder do PSD a pedir vencimento Manuela Ferreira Leite irá ter direito a um ordenado como presidente do PSD, soube o DN. E não será a única: o secretário-geral, Luís Marques Guedes terá também direito a ser remunerado pelas suas funções partidárias. A decisão de recuperar o vencimento para o líder do partido foi esta quarta-feira apresentada ao Conselho de Jurisdição Nacional (CJN), presidido por Nuno Morais Sarmento, e deverá agora ter que ser ratificada em Conselho Nacional.
A proposta que foi apresentada aos conselheiros da jurisdição vai no sentido geral de fazer equiparar o vencimento da presidente do PSD ao do número dois do Governo, no caso um vice-primeiro-ministro (António Vitorino foi o último, com António Guterres) e o do secretário-geral ao intervalo entre o ordenado de deputado (3708 euros) e o de um ministro (4819.94 euros). Caso se confirme esta opção, Manuela Ferreira Leite irá auferir pelas suas funções de presidente do PSD qualquer coisa entre o ordenado ilíquido do primeiro-ministro - 7179 euros de vencimento mensal ilíquido, que corresponde a 5366 euros de base mais despesas de representação) - e o de um ministro.
Desde a liderança de José Manuel Durão Barroso (entre 1999 e 2004) que um presidente do PSD não é remunerado pelas suas funções, já que Pedro Santana Lopes, Luís Marques Mendes e Luís Filipe Menezes optaram por ficar com os seus ordenados de primeiro-ministro, deputado e presidente de câmara, respectivamente. Já Manuela Ferreira Leite deverá acumular aquele vencimento com a pensão vitalícia a que tem direito e que já requisitou por ter sido deputada e membro do Governo por um período superior a oito anos.
Na véspera do congresso do PSD de Guimarães, a então presidente eleita renunciou ao seu cargo de administradora não executiva do Banco Santander de Negócios de Portugal, onde poderia estar a auferir um salário de cerca de dez mil euros mensais, segundo se soube na altura.
A presidente do PSD deverá poder acumular este vencimento no partido com a subvenção vitalícia e outras reformas que eventualmente possua, pois não estará abrangida pela lei que impede essa situação e que José Sócrates lançou. Em 2005, o primeiro-ministro impôs que os funcionários públicos e os titulares de cargos políticos deixassem de poder acumular vencimentos e pensões de reforma na íntegra, medida que até afectou ministros seus. A diferença é que Ferreira Leite não tem, neste momento, nenhum cargo público, mas sim um cargo partidário, segundo juristas ouvidos pelo DN.
Manuela Ferreira Leite recorreu à subvenção vitalícia ao mesmo tempo que históricos como António de Almeida Santos (PS) ou Narana Coissoró e Miguel Anacoreta Correia (CDS), já que o diploma do Governo previa o fim daquele direito. O fim da subvenção abrange os deputados eleitos nas legislativas de 2009, mas deixa de fora quem foi eleito até 2005. Era o caso de Ferreira Leite, que teve direito até 48% do ordenado base de um deputado, o que dá menos de dois mil euros. |
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6 comentários:
Sendo o Poder Local o paradigma da democracia este “facto” parece assim (e não pretendendo questionar as pessoas) provar que embora a democracia tenha 34 anos ainda existem resíduos de caciquismo… as câmaras não se ganham, mas sim perdem-se! Criar dificuldades ás oposições em termos logísticos, não será a melhor atitude para um saudável ambiente democrático. Se um funcionário chefe de divisão tem um gabinete, um administrador de uma EM também tem um espaço é inadmissível que um vereador eleito tenha a rua ou uma sala da assembleia quando vazia para gabinete… e ainda para mais havendo esse compromisso para criação de um espaço. Mas como em termos locais as eleições só foram ganhas quando o poder cai na rua, de cansaço - e que o cansaço do poder pode ser provocado, desde que exista uma clara alternativa, constituída com tempo e teimosia, baseada num projecto político que seja compreendido e aceite pelos eleitores. O pior que “a oposição” pode fazer é acreditar que a alternância democrática e deitar-se à sombra da bananeira, sem fazer os trabalhos de casa, à espera que o poder caia de maduro no seu regaço – pois foi desta maneira que a actual câmara venceu as eleições…naturalmente sem querer ou pretender questionar as pessoas apenas as instituições.
ESTA VALE A PENA DIVULGAR!!! é uma verdadeira vergonha...
...batendo as asas pela noite calada... vêm em bandos, com pés de veludo...» Os Vampiros do Século XXI:
A Caixa Geral de Depósitos (CGD) está a enviar aos seus clientes mais modestos uma circular que deveria fazer corar de vergonha os administradores - principescamente pagos - daquela instituição bancária.
A carta da CGD começa, como mandam as boas regras de marketing, por reafirmar o empenho do Banco em oferecer aos seus clientes as melhores condições de preço qualidade em toda a gama de prestação de serviços, incluindo no que respeita a despesas de manutenção nas contas à ordem.
As palavras de circunstância não chegam sequer a suscitar qualquer tipo de ilusões, dado que após novo parágrafo sobre racionalização e eficiência da gestão de contas, o estimado/a cliente é confrontado com a informação de que, para continuar a usufruir da isenção da comissão de despesas de manutenção, terá de ter em cada trimestre um saldo médio superior a EUR1000, ter crédito de vencimento ou ter aplicações financeiras associadas à respectiva conta.
Ora sucede que muitas contas da CGD,designadamente de pensionistas e reformados, são abertas por imposição legal.
É o caso de um reformado por invalidez e quase septuagenário, que sobrevive com uma pensão de EUR243,45 - que para ter direito ao piedoso subsídio diário de EUR 7,57 (sete euros e cinquenta e sete cêntimos!) foi forçado a abrir conta na CGD por determinação expressa da Segurança Social para receber a reforma.
Como se compreende, casos como este - e muitos são os portugueses que vivem abaixo ou no limiar da pobreza - não podem, de todo, preencher os requisitos impostos pela CGD e tão pouco dar-se ao luxo de pagar despesas de manutenção de uma conta que foram constrangidos a abrir para acolher a sua miséria.
O mais escandaloso é que seja justamente uma instituição bancária que ano após ano apresenta lucros fabulosos e que aposenta os seus administradores, mesmo quando efémeros, com «obscenas» pensões (para citar Bagão Félix), a vir exigir a quem mal consegue sobreviver que contribua para engordar os seus lautos proventos.
É sem dúvida uma situação ridícula e vergonhosa, como lhe chama o nosso leitor, mas as palavras sabem a pouco quando se trata de denunciar tamanha indignidade.
Esta é a face brutal do capitalismo selvagem que nos servem sob a capa da democracia, em que até a esmola paga taxa.
Sem respeito pela dignidade humana e sem qualquer resquício de decência, com o único objectivo de acumular mais e mais lucros, eis os administradores de sucesso.
Medita e divulga... Mas divulga mesmo por favor...
Cidadania é fazê-lo, é demonstrar esta pouca vergonha que nos atira para a miserabilidade social.
Este tipo de comentário não aparece nos jornais, tv's e rádios... Porque será???
Eu já fiz a minha parte. Faz a tua.
unha negr@
Lógica(mente) e talvez na sequencia dos comentários anteriores
"Os ricos e os poderosos não devem pagar a crise".
Em primeiro lugar, porque os ricos são o esteio da sociedade e do mundo. Se acabássemos com os ricos, para que farol guia olhariam os pobres, bem como os remediados e os quase nababos? Ficariam às escuras, pois claro, sem saberem para onde se dirigir nem que paradigma imitar. Naufragariam irremediavelmente de encontro aos escolhos, traiçoeiros e pontiagudos, da existência.
Assim, tal qual vamos, há uma ordem: os ricos comem todos os outros; os pobres são comidos por todos os outros; entre os ricos e os pobres existem uns terceiros que comem e são comidos. Se não é o melhor dos mundos, anda lá próximo. É como na selva: há um equilíbrio natural, racional, que visa a perpetuação do sistema ecológico. Têm que existir poucos ricos e muitos pobres, da mesma forma que devem existir poucos lobos para muitas ovelhas. Se existissem muitos lobos para poucas ovelhas, os lobos exterminariam as ovelhas e, depois, definhariam até à inanição por falta de alimento.
Portanto, sendo os ricos o que de mais precioso tem o regime, convém preservá-los e protegê-los de todos e quaisquer percalços. Ora, um rico não é rico porque paga crises ou o que quer que seja. Pelo contrário, é rico porque lhe pagam inúmeras coisas: é rico porque recebe.
Também, ao contrário do que se pensa, o rico não é rico porque investe o que quer que seja: é rico porque acumula. Se o rico gastasse o seu precioso dinheiro – a sua essência, e substância inefável do sistema -, em negócios e fabriquetas, corria o risco de ficar pobre. Ora, esse é um risco que nenhum rico que se preze pode correr.
É claro que o pobre, e especialmente o pobre de espírito, cisma que assim é. Isso, porém, não nos deve surpreender: É conveniente ao sistema e ao rico que ele assim pense.
E o que é uma "crise"? – É uma época de desequilíbrio financeiro, em que, por um lado o Estado através de impostos e taxas, e por outro a banca e seus associados, através de "empréstimos" (que mais não são que formas encapotadas de cobrar "taxas" e "impostos" muito acima dos do próprio Estado), deixaram ou ameaçam deixar a grande parte da população na penúria, senão mesmo à beira do colapso enquanto sociedade.
Se o dinheiro deixa de circular com a quantidade necessária a manter um fluxo de oxigenação saudável do sistema, isso só pode significar hemorragia algures.
Quando, em plena crise, a banca apresenta lucros fabulosos, isso significa que esse dinheiro foi sacado à população e entregue nas mãos dos tais "RICOS". O que estes fizeram, obedecendo à sua lógica intrínseca, foi ir investi-lo noutras paragens mais rentáveis. O objectivo do investimento não é criar postos de trabalho: esse é o simples meio. A finalidade é multiplicar o capital inicial. O resto é supérfluo e, em bom rigor, descartável, logo que a finalidade esteja alcançada.
Entretanto, o país de regresso à sua penúria tradicional, do ponto de vista dos ricos e seus acólitos, é positivo: quer dizer que o país, de volta ao terceiro mundo e à realidade, está a transformar-se num país mais competitivo, com mão-de-obra mais barata e menos esquisita. Para os pobres, os verdadeiros, também não faz grande diferença: abaixo de pobres não passam, e já estão habituados. Concentram-se no futebol, na pinga e lá vão.
Os únicos que, de facto, têm motivos para se preocupar seriamente são aquela classe intermediária – daqueles que vivem digladiados entre a angústia de regredirem a pobres e a ilusão de, num golpe de asa, ou por qualquer súbita lotaria do destino, ascenderem a ricos. Esses, temo-o bem, vão ter que sacrificar-se, mais uma vez, pela competitividade do país. É, aliás, urgente que desçam do seu pedestal provisório e se compenetrem dos seus deveres atávicos. São para isso, de resto, que, ciclica e vaporosamente, são criados.
E dado que os pobres não pagam porque não têm com quê, e os ricos também não, por inerência de função e prerrogativa sistémica, resta-lhes a eles, os tais intermédios (ou otários, se preferirem), como lhes compete, chegarem-se à frente. Está na hora de devolverem a sua "riqueza emprestada", o seu "estatuto a prazo"; de se apearem do troleibus da ficção e retomarem o seu lugarzinho na horda chã, em fila de espera para o próximo transporte até à crise seguinte.
Não sei se campeia a justiça neste mundo. Duvido. Mas que reina uma certa ironia, disso não restam dúvidas…
Aos poucos, embora continuemos à beira-mar plantados, lá nos vamos convertendo de jardim em cemitério. Também é florido, só que é ainda mais tranquilo. Todavia, não significa que estamos mais felizes: significa apenas que já nem estrebuchamos. Como diz o outro: somos de boa boca. Resignados a governantes com caras de cu e cérebros em conformidade.
... estes romanos estão loucos!!!
O vereador da oposição sofre... é anadmissivel!!!
No DN
PSD. O Conselho de Jurisdição Nacional analisou uma proposta para pagar a Manuela Ferreira Leite o ordenado de número dois do Governo. Luís Marques Guedes, secretário-geral do PSD, terá direito a um vencimento próximo do de um ministro. A medida ainda terá de ser ratificada em Conselho Nacional
Durão Barroso foi o último líder do PSD a pedir vencimento
Manuela Ferreira Leite irá ter direito a um ordenado como presidente do PSD, soube o DN. E não será a única: o secretário-geral, Luís Marques Guedes terá também direito a ser remunerado pelas suas funções partidárias. A decisão de recuperar o vencimento para o líder do partido foi esta quarta-feira apresentada ao Conselho de Jurisdição Nacional (CJN), presidido por Nuno Morais Sarmento, e deverá agora ter que ser ratificada em Conselho Nacional.
A proposta que foi apresentada aos conselheiros da jurisdição vai no sentido geral de fazer equiparar o vencimento da presidente do PSD ao do número dois do Governo, no caso um vice-primeiro-ministro (António Vitorino foi o último, com António Guterres) e o do secretário-geral ao intervalo entre o ordenado de deputado (3708 euros) e o de um ministro (4819.94 euros). Caso se confirme esta opção, Manuela Ferreira Leite irá auferir pelas suas funções de presidente do PSD qualquer coisa entre o ordenado ilíquido do primeiro-ministro - 7179 euros de vencimento mensal ilíquido, que corresponde a 5366 euros de base mais despesas de representação) - e o de um ministro.
Desde a liderança de José Manuel Durão Barroso (entre 1999 e 2004) que um presidente do PSD não é remunerado pelas suas funções, já que Pedro Santana Lopes, Luís Marques Mendes e Luís Filipe Menezes optaram por ficar com os seus ordenados de primeiro-ministro, deputado e presidente de câmara, respectivamente. Já Manuela Ferreira Leite deverá acumular aquele vencimento com a pensão vitalícia a que tem direito e que já requisitou por ter sido deputada e membro do Governo por um período superior a oito anos.
Na véspera do congresso do PSD de Guimarães, a então presidente eleita renunciou ao seu cargo de administradora não executiva do Banco Santander de Negócios de Portugal, onde poderia estar a auferir um salário de cerca de dez mil euros mensais, segundo se soube na altura.
A presidente do PSD deverá poder acumular este vencimento no partido com a subvenção vitalícia e outras reformas que eventualmente possua, pois não estará abrangida pela lei que impede essa situação e que José Sócrates lançou. Em 2005, o primeiro-ministro impôs que os funcionários públicos e os titulares de cargos políticos deixassem de poder acumular vencimentos e pensões de reforma na íntegra, medida que até afectou ministros seus. A diferença é que Ferreira Leite não tem, neste momento, nenhum cargo público, mas sim um cargo partidário, segundo juristas ouvidos pelo DN.
Manuela Ferreira Leite recorreu à subvenção vitalícia ao mesmo tempo que históricos como António de Almeida Santos (PS) ou Narana Coissoró e Miguel Anacoreta Correia (CDS), já que o diploma do Governo previa o fim daquele direito. O fim da subvenção abrange os deputados eleitos nas legislativas de 2009, mas deixa de fora quem foi eleito até 2005. Era o caso de Ferreira Leite, que teve direito até 48% do ordenado base de um deputado, o que dá menos de dois mil euros. |
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