domingo, 6 de janeiro de 2008

Funcionários omnipresentes

«Os indícios de duplo emprego, com funcionários a acumular o emprego na autarquia com o exercício de funções em empresas privadas da mesma área de actividade, imperam na Câmara de Lisboa. O relatório da sindicância, ontem apresentado por António Costa aos vereadores, considera esta promiscuidade “preocupante” nos serviços urbanísticos; mas, segundo apurou o CM, “o duplo emprego abrange parte significativa da Câmara”.» [Correio da Manhã]
Provavelmente este fenómeno com maior ou menor repercussão deverá ser extensível a muitas câmaras municipais.
Não pretendo fazer acusações, apenas alertar para situações e consciências que aos olhos de um comum mortal não passam despercebidas.
Nos balcões de atendimento públicos, há um tipo de funcionários que se movem atentamente e com subtileza para tentarem captar trabalho.
Sei que a vida está difícil, os salários dos funcionários até estão desajustados mas o código de conduta e o próprio código do processo penal é categórico:
O funcionário que abusar de poderes ou violar deveres inerentes às suas funções, com intenção de obter, para si ou para terceiro, benefício ilegítimo ou causar prejuízo a outra pessoa, é punido com pena de prisão até 3 anos ou com pena de multa, se pena mais grave lhe não couber por força de outra disposição legal.
Como estamos num concelho com grande incremento na área do imobiliário e para que certo tipo de suspeitas fossem completamente dissipadas a transparência seria a solução a adoptar por quem tem responsabilidades politicas e responde perante os seus eleitores.
Todas as câmaras deveriam publicar os nomes de quem aprova decisões, o tempo que demorou e quem foi o cidadão beneficiário da decisão. E já deveria ter acabado o duplo emprego nas Câmaras. Assim, suspeitas ou rumores acerca de advogados, arquitectos, engenheiros, desenhadores, topógrafos e até a classe politica que trabalham nas Câmaras e têm ou trabalham em empresas privadas.
Também é do conhecimento público que os técnicos não podem subscrever projectos para o concelho onde exercem, mas é facilmente contornável com a permuta de assinaturas com outros colegas.
Também todos nós sabemos o que se passa na Assembleia da República, temos uma larga maioria de indivíduos que ocupam cargos na A.R. e depois em empresas públicas ou municipais, em Câmaras Municipais e em demais cargos públicos. Sem falar nas empresas em nome das esposas e de sociedades com familiares, com sócios, tipo cunhado ou irmão.
É chocante e vergonhoso ver-se alguns curricula que são exibidos por diversas pessoas - políticos e gestores, principalmente - onde se constata que essa gente trabalha (??) em vários sítios simultaneamente.
Obviamente que não se pretende generalizar, mas pequenos indícios levam-nos a pensar “que os há há.”

2 comentários:

Anónimo disse...

Sempre gostava de saber se o pardalinho que fazia uns fretes, ainda se dá a esse trabalho para mais uns cobres?

Calhando o omniTF já conseguiu arranjar uma solução......

Não digam a ninguém do Ministério Público é que o pardalito andava a fazer AVALIAçÔES, isto para quem não faz a mínima ideia de quanto vale, ou valia, uma propriedade no concelho......

Pobre burro, só tem comido feno nos últimos 6 anos, mau feno!

Anónimo disse...

Quem "trama" mais o municipe com a sua arrogância e prepotência é compensada - já é técnica principal!!!